A Stone (NASDAQ: STNE) estuda emitir Brazilian Depositary Receipts (BDRs), com o intuito de ajustar a oferta de combinação de negócios junto à Linx (LINX3). A informação foi revelada por meio de um comunicado oficial da empresa na noite da última terça-feira (22).
Segundo a Stone, “isso permitirá que os detentores de ações da Linx negociadas no mercado brasileiro recebam BDRs da Stone como parte da contraprestação a ser paga” pela companhia no âmbito da negociação. A proposta da Stone, de R$ 6,3 bilhões pelas atividades da Linx, prevê um pagamento de 90% em dinheiro e o restante em ações.
Ainda de acordo com a empresa, seriam emitidos BDR – Nível 1, onde a negociação ocorreria em mercado de balcão não organizado ou em Bolsa de Valores, sem emissão de ações, não necessitando do registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
De acordo com Rafael Martins Pereira, diretor de Relações com Investidores da companhia, a mudança tem o objetivo de atender as demandas dos investidores brasileiros. Em função disso, a Stone já havia realizado um ajuste da oferta no início deste mês, elevando o valor da operação e reduzindo as multas para a hipótese de não ocorrência.
“Muitos investidores brasileiros, pessoa física e fundos, ou não poderiam receber ações nossas no exterior ou teriam de enfrentar dificuldades e burocracia para fazê-lo. Optamos por endereçar essa questão fazendo a emissão de BDRs patrocinados, na quantidade necessária para concretizar o pagamento da operação”, disse Pereira, conforme relata o jornal “Valor Econômico”.
Ajuste da proposta pela Linx se apoia nas alterações da CVM
A Stone é listada na Nasdaq, bolsa de tecnologia dos Estados Unidos, e será uma das primeiras empresas brasileiras que optam por abrir capital fora do País e emitir BDRs para que seus papéis também sejam negociados por aqui. A mudança foi estimulada pelas recentes alterações da CVM no regulamento para investimentos estrangeiros na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
No mês passado, a autarquia que regulamenta o mercado de capitais brasileiro alterou a Resolução CVM 3, dando maior acesso a investidores considerados não qualificados, com menos de R$ 1 milhão investidos, a investimentos internacionais.
Além disso, a partir da próxima segunda-feira (28), a B3 reduzirá o tamanho dos lotes-padrões de BDRs e ETFs de renda variável. Antes formado por 10 unidades dos ativos em questão, o novo lote será formado por apenas 1 unidade.
As companhias ainda esperam as aprovações regulamentares da U.S. Securities and Exchange Comissiona (SEC), regulador norte-americano, sobre a proposta para que uma assembleia da Linx possa ser chamada para votar a oferta da Stone.
Pereira afirma que a Stone permanece confiante com sua proposta pela Linx e não estima novos ajustes na proposta. “É uma oferta transparente, negociada com o conselho da Linx, de baixo risco de execução, e com grande potencial de geração valor. Acreditamos que é a melhor proposta”, diz o executivo.