TelexFree: STF mantém extradição de ex-sócio da pirâmide aos EUA
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (20) manter a extradição do ex-sócio da pirâmide financeira TelexFree, Carlos Nataniel Wanzeler, para os Estados Unidos.
![TelexFree: STF mantém extradição de ex-sócio da pirâmide aos EUA](https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2020/05/9a5481eb-whatsapp-image-2020-05-26-at-11.38.55.jpeg)
Os ministros da Suprema Corte anularam decisão individual do ministro Marco Aurélio, da Primeira Turma do STF, que havia suspendido o processo de extradição do responsável pela TelexFree no início deste mês. O empresário está preso desde fevereiro de 2020 para o cumprimento da medida.
Nesse sentido, os ministro relator do caso Ricardo Lewandowski, com Cármen Lúcia e Edson Fachin formaram a maioria, por 3 votos a 1, para cassar a decisão. Os magistrados entenderam que Marco Aurélio não poderia ter avaliado o pedido de defesa para paralisar o processo.
“Se a moda pegar, não haverá mais extradição, porque bastará que um advogado ajuíze uma ação cível ou qualquer outra ação em determinado juízo e teríamos paralisadas as extradições”, afirmou o ministro Ricardo Lewandowski.
A defesa do empresário argumenta que Wanzeler obteve nacionalidade norte-americana por motivos familiarizares, em vista da demora das autoridades locais para liberar o visto de imigrante para o executivo e sua filha. Nesse sentido, os advogados alegam que o empresário tem o direito de responder ao processo no Brasil, considerando que é acusado pelos mesmos fatos nos Estados Unidos.
STF mantém decisão do MJ para extraditar ex-sócio da TelexFree
Mais cedo neste ano, em fevereiro, a Segunda Turma do STF foi favorável pela manutenção da decisão do Ministério da Justiça de 2018, que decretou a perda da nacionalidade brasileira do empresário.
Os ministros autorizaram, nesse sentido, o pedido de extradição realizado pelo país estrangeiro, onde o executivo é alvo de mandado de prisão pelo suposto cometimento dos delitos de fraude eletrônica e transações monetárias de atividade ilegal, crimes que também teriam ocorrido em operações da Telexfree nos Estados Unidos.
No mesmo mês, os ministros consideraram que o empresário não possui mais a cidadania brasileira por ter adquirido a norte-americano no ano de 2009. Segundo a Lei, a obtenção de outra nacionalidade implica na perda da nacionalidade brasileira. Conforme a Constituição, se a nacionalidade tivesse sido mantida, o responsável pela Telexfree não poderia ser extraditado.