Carlos Tavares, presidente da Stellantis, grupo que resultou da fusão entre a Fiat Chrysler Automobiles e a Peugeot, disse nesta terça-feira (20) que a fusão tem como um dos objetivos evitar o fechamento de fábricas. As informações são da Agência Estado.
Em uma entrevista ao jornal, Tavares foi questionado se poderia haver uma reorganização de manufatura, com compartilhamento de fábricas. Frente a isso, o executivo da Stellantis afirmou que “a melhor forma de evitar situações de prejuízo é ter uma base de volume de vendas que seja suficientemente grande para diluir todos esses custos suplementares, protegendo a rentabilidade de cada carro vendido” e explicou que a fusão entre a Fiat e a Peugeot tem como um dos seus objetivos evitar o fechamento de fábricas, “protegendo a nossa rentabilidade com a diluição dessas despesas numa base de vendas muito maior”.
Além disso, o executivo salientou que as transformações tecnológicas acontecendo na indústria automotiva e as novas opções de mobilidade que os aplicativos oferecem, “nos últimos 20 ou 30 anos, é o maior desafio da indústria do automóvel” e completou dizendo que “se considerarmos o período seguinte à Segunda Guerra Mundial, podemos dizer, com alguma segurança, que estamos enfrentando o maior desafio”.
No entanto ele lembra que o maior desafio da Peugeot foi durante a Segunda Guerra Mundial, quando as fábricas haviam sido bombardeadas e tudo teve que ser reconstruído.
Quando questionado sobre como aconteceria a transição de tecnologia na Stellantis e se o grupo buscaria uma meta de 100% de eletrificação, Tavares respondeu que a meta será construída ao longo dos anos.
Segundo ele, até o fim de 2021 a companhia terá mais dez veículos elétricos a venda, e assumiu o compromisso de ter, até 2025, 100% de seus modelos com, pelo menos, uma versão eletrificada. Vale destacar que atualmente a companhia já conta com 29 veículos elétricos a venda.
“A Stellantis vai ter, então, uma base tecnológica de motores elétricos e de baterias que já existe (da PSA) para todas suas marcas usarem nos mercados em que isso for demandado”, afirmou Tavares.
Da fusão Fiat-Peugeot nasce o grupo Stellantis
Da união das montadoras italiana e francesa surgiu o quarto maior grupo automotivo do mundo, o Stellantis. O processo de fusão entre a Fiat Chrysler e a Peugeot demorou dois anos de negociações.
O sinal verde, anunciado pela Comissão Europeia, em Bruxelas, em 21 de dezembro, abriu caminho para a formalização do “casamento” industrial e financeiro. Um projeto que vale 40 bilhões de euros (cerca de R$ 260 bilhões).
A Stellantis agora administra 15 marcas incluindo algumas emblemáticas como Jeep, Maserati, Fiat, Peugeot, Citroën e Dodge.