Stellantis quer eletrificar toda nova versão de veículo até 2025
A Stellantis, fruto da fusão entre Fiat Chrysler e Peugeot Citroën concluída na última terça-feira (19), e que nasceu com um grupo de 14 marcas, já tem objetivos agressivos para ganhar mercado. A companhia informou que até 2025, quer montar unidades eletrificadas de todo e qualquer novo modelo criado pela empresa.
A informação foi revelada pelo CEO, Carlos Tavares, em evento on-line. A Stellantis, que já ocupa o posto de 4º maior grupo automotivo do planeta, soma 29 automóveis eletrificados, número que pode subir para 39 até o fim de 2021.
A companhia quer que, em até 10 anos, 35% dos seus veículos sejam elétricos — hoje, o conglomerado tem a capacidade de produzir cerca de 8 milhões de carros por ano. O grupo conta com as marcas:
- Alfa Romeo
- Citroën
- Chrysler
- Dodge
- DS
- Abarth
- Fiat
- Jeep
- Lancia
- Maserati
- Vauxhall
- Opel
- Peugeot
- RAM
Com a fusão, porém, algumas marcas podem ser encerradas para dar espaço para o novo caminho que a companhia trilhará. A Dodge, por exemplo, monta muscle cars, de grande porte e forte potência, e de amplo sucesso no mercado norte-americano. No entanto, seus modelos não vão de encontro com a nova política do grupo, que prevê mais veículos elétricos e híbridos. A marca pode ser uma das primeiras a encerrar suas atividades.
Por outro lado, a empresa também visa enxugar custos para se manter competitiva frente a um mercado que tem intensificado sua concorrência. No evento on-line, Tavares disse que não está descartado um processo de demissões no grupo, o que poderia economizar cerca de US$ 5,9 bilhões por ano. Atualmente, o conglomerado emprega mais de 400 mil pessoas em todo o mundo.
Nesse sentido, a Chrysler também está na mira dos executivos. A marca se tornou uma grande produtora de minivans, com pouca expressão no mercado de luxo. Seu fechamento pode contribuir para o equilíbrio das contas da empresa.
A Stellantis no Brasil
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a fusão entre as montadoras que atuam no Brasil em novembro de 2020. Porém, os primeiros modelos da nova companhia devem chegar ao Brasil em 2022.
Para a Citroën, o negócio pode trazer uma luz no fim do túnel para a operação brasileira, que diminuiu de forma expressiva nos últimos 10 anos. A Fiat, por sua vez, visa consolidar sua posição no mercado local. Após perder a liderança por consecutivos anos, a companhia foi a líder geral de vendas no País em alguns meses no ano passado.
No que se refere aos modelos híbridos e elétricos, o único veículo do grupo Stellantis que roda por aqui é o Peugeot 208 e-GT. Os próximos a desembarcarem devem ser as versões atualizadas do Jeep Renegade e Compass.