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Startups recebem três vezes mais recursos de Venture Capital em 2021, diz KPMG

Merama capta US$ 225 milhões em rodada Série B liderada por ​​SoftBank e Advent

Startup. Foto: Pixabay

Até o fim de setembro deste ano, as startups brasileiras já tinham recebido, somadas, um montante três vezes maior do que o visto em 2020 no mesmo período, com R$ 33,5 bilhões até então. Os dados são de um levantamento recentes da pela consultoria KPMG em parceria com a ABVCAP (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital).

Segundo o levantamento da KPMG, os aportes considerados para o estudo sobre startups levou em conta todos os investimentos anunciados por fundos de venture capital destinados a companhias já presentes no mercado do nicho.

O investimento em startups, diz o estudo, aumentou em várias frentes – com o valor médio de aporte aumentando assim como o número de empresas que receberam algum tipo de investimento, que foram 239 neste ano ante 195 em 2020, e 88 no ano de 2019.

Somente no terceiro trimestre deste ano, 92 startups receberam investimentos, sendo 29 fintechs (financeiro) e insurtechs (seguros), 11 softwares e 9 logtechs (logística).

O aporte médio por startup foi de R$ 130,7 milhões no terceiro trimestre, alta de 63% em relação valor médio registrado no mesmo período de 2020.

Alguns aportes recentes, reportados pelo Suno Notícias, reforçam o cenário de alta no ecossistema – como a injeção de R$ 430 milhões na startup de mobilidade Tembici, especializada na locação de bicicletas e famosa pelas “bicicletas do Itaú”, ou o case  da Merama, que não chegou a completar um ano de vida e já recebeu R$ 1,2 bilhão em rodada liderada pelo Softbank e Advent.

“O Brasil já é considerado um dos principais polos globais de empreendedores diferenciados com alto potencial de sucesso. E os fundos de private equity e venture capital são os principais responsáveis pela viabilização de esses negócios florescerem e deslancharem. Saber que existe dinheiro disponível para investimentos de risco em novas empresas estimula o empreendedorismo em todos os cantos do país.” diz o sócio-líder de private equity e venture capital da KPMG no Brasil, Roberto Haddad.

O executivo frisa que, em grande medida, esse crescimento do setor (e dos investimentos nele) vem da digitalização proporcionada pela pandemia, que impulsionou companhias que solucionam problemas por meio da tecnologia. “Essas mudanças vieram para ficar, o que torna as empresas digitais ainda mais atrativas”, diz.

Investimento em startups cresce enquanto companhias ‘maduras’ perdem espaço

Nos nove primeiros meses deste ano, ao passo que o investimento em startups cresceu, as empresas mais maduras e de capital fechado tiveram queda de 27% nos seus investimentos pelos fundos de private equity, ficando em atuais R$ 4,5 bilhões.

Por outro lado, os desinvestimentos dos fundos de private equity e venture capital atingiram R$ 16,9 bilhões até setembro deste ano, um aumento de 42%.

O cenário, segundo Piero Minardi, presidente da ABVCAP, revela uma visão dos investidores de que apesar da turbulência com ruídos políticos, insegurança jurídica e incertezas econômicas, a “onda de empreendedorismo” se mostra mais atrativa.

“O capital de longo prazo da indústria de PE e VC tem sido protagonista desse movimento ao apoiar as empresas com recursos financeiros, conhecimento setorial, melhorias na gestão e acesso ao mercado de capitais“, afirma.

Startups do brasil são as mais atrativas do continente

Outro estudo recente, da Sling Hub Latam, com informações de 24,4 mil startups e 656 investidores, demonstrou que dentre os países latino-americanos o Brasil é o que concentra a maior parte dos investimentos destinados para as startups.

O levantamento mostra um crescimento gradual de investimentos em companhias nacionais, considerando a concentração de 45% e 61% vista nos anos de 2019 e 2020, respectivamente.

A diferença é tanta que o México, em segundo lugar, concentra somente 13% do volume total de investimento em startups, com um montante de US$ 1,7 bilhão. Confira o ranking abaixo:

  1. Brasil: US$ 9,238 bilhões (70%)
  2. México: US$ 1,758 bilhões (13%)
  3. Colômbia: US$ 931 milhões (7%)
  4. Argentina: US$ 566 milhões (4%)
  5. Chile: US$ 433 milhões (3%)
  6. Peru: US$ 86 milhões (1%)
  7. Uruguai: US$ 154 milhões (1%)

Além da rede de startups do Brasil estar à frente no continente, o número de fusões e aquisições (M&A’s) também é relativamente grande em relação aos pares. São cerca de 83% de todas as startups adquiridas na América Latina localizadas no Brasil.

No ano de 2020, ainda que com a recessão econômica ocasionada pela pandemia, os M&A’s subiram 135% na comparação com o ano anterior e alcançaram 200 startups adquiridas. Segundo indicam os dados, 2021 deve a superar essa marca, considerando que já foram 195 startups adquiridas até o mês de agosto.

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