Em março de 2020, quando a pandemia da Covid-19 pegou as empresas brasileiras de surpresa, muitas startups estavam mais preparadas para enfrentar o home office e modelos de trabalho, serviços e atendimentos mais flexíveis. As companhias tradicionais passaram assim a ter mais interesse pela agenda de venture capital – modalidade de investimento que dá suporte às startups.
Cerca de 55% das iniciativas de Corporate Venture Capital (CVC), que são investimentos em startups por empresas, têm menos de dois anos de operação. É isso que mostra a pesquisa da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP).
Além disso, 61% das empresas brasileiras já têm algum tipo de iniciativa voltada a esses investimentos e 92% estão de olho em criar algo nesse caminho. Os dados tem como base as respostas de mais de 30 empresas associadas à ABVCAP.
Os dados mostram ainda que 40% dos fundos de CVC realizaram mais de seis investimentos desde a sua origem. Segundo Piero Minardi, presidente da ABVCAP, a associação tem trabalhado para ajudar na aceleração dessas estratégias de investimentos. “As iniciativas têm um altíssimo potencial no ecossistema brasileiro de inovação e na expansão dessa modalidade de investimento”, destaca.
Como são os investimentos em startups
Com relação ao capital investido em startups com as propostas de CVC, a pesquisa aponta o seguinte:
- 15% ainda estão em fase de estudo,
- 10% está entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões,
- 20% entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões,
- 35% têm aportes entre R$ 10 milhões e R$ 50 milhões,
- 10% de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões, e
- 10% acima de R$ 100 milhões.
Segundo a ABVCAP, esses valores indicam como os investimentos em startups são uma iniciativa recente para as empresas. “O volume de capital alocado está em expansão acompanhando o aumento dos CVCs”, afirmam Rosario Cannata e Sandro Valeri, coordenadores da pesquisa.
O principal mecanismo financeiro utilizado por 55% dos CVCs para realizar os investimentos é o Mútuo Conversível (contrato que estabelece o direito do investidor em converter o valor aportado em uma participação societária).
As outras opções são: 20% investem via equity (aquisição de participação em equity da startup investida) e outras 10% optam pelo investimento em startups via SAFE (Simples Agreement for Future Equity, semelhante ao mútuo conversível, mas com diferentes mecanismos de conversão e repagamento).