Investidores disseram não. Ele ‘pivotou’ e agora sua startup vale US$ 2,6 bilhões
Diego Martins, CEO e fundador da startup brasileira unico, foi orientado por Martín Escobari da General Atlantic pela Endeavor há 12 anos. Naquela época, ele tentou receber capital da GA. Escobari disse que o negócio não daria certo e Martins perguntou se ele poderia voltar uma vez a cada seis meses para tentar captar. “Eu dou três recomendações, se você implementar duas, você pode voltar”, disse Escobari na época. A empresa ainda se chamava Acesso Digital. Martins voltou por nove anos. No décimo ano, em 2020, a GA investiu R$ 580 milhões na startup, em uma Série B com o SoftBank. Dois anos depois, renomeada unico, a empresa está avaliada em US$ 2,6 bilhões após uma Série D de US$ 100 milhões do Goldman Sachs (GS), com participação do SoftBank Latin America Fund.
“A Acesso Digital tinha um modelo completamente diferente, onde você armazenava os documentos. Ao invés de a empresa ter documentos físicos, ela os armazenava na nuvem, com acesso digital. Mas este é um modelo que está fadado ao fracasso ao longo do tempo. Assim, a empresa passou a levar – com autorização de todas as pessoas – documentos, biometria e criou o maior banco de dados de prevenção de fraudes do Brasil”, disse Rodrigo Catunda, gerente da General Atlantic no Brasil.
A Acesso Digital nasceu em 2007 e tornou-se unico no final de 2020. A empresa obteve o status de unicórnio em agosto de 2021, após um investimento de R$ 625 milhões da GA com o SoftBank. Agora, com financiamento liderado pela Goldman Sachs Asset Management, a unico se torna a segunda empresa de SaaS (software as a service) mais valiosa da América Latina e tem como meta a expansão internacional.
“O novo investimento marca a jornada de crescimento em que estamos e confirma nosso enorme potencial de expansão. Entramos agora numa nova fase do nosso negócio. A parceria com a Goldman Sachs favorece a projeção da unico em novos mercados internacionais e nos aproxima do futuro em que estaremos cada vez mais presentes na vida dos consumidores”, disse Martins, em nota à imprensa.
A unico diz que realiza cerca de 25 milhões de transações de autenticação de identidade por mês, incluindo acesso a bancos, carteiras digitais, fintechs, varejo e comércio eletrônico. “O mercado de soluções de identidade e segurança digital é promissor e acreditamos que a unico está muito bem posicionada para desenvolver a tecnologia e o modelo de negócios para tornar o Brasil um modelo no segmento”, acrescentou Natan Reinig, vice-presidente do negócio Growth Equity do Goldman Sachs Asset Management, em um comunicado à imprensa. A unico encerrou 2021 com um aumento de 180% na receita, expandindo sua força de trabalho em 230%, atingindo um total de 1.000 funcionários e fechando um negócio por dia útil.