SPX determina encerramento da posição aplicada em juros no Brasil

A gestora SPX, de Rogério Xavier, decidiu encerrar a posição aplicada em juros no Brasil. A informação foi divulgada em carta mensal enviada aos cotistas nesta sexta-feira (6), em relação ao desempenho de agosto.

A SPX também informou que segue buscando países com espaço para corte de juros, por conta da expectativa de intensificação do processo de ajuste monetário. “Novos aumentos de taxação impostas pelo presidente Trump fortalecem a perspectiva de enfraquecimento global e de um ambiente bastante desinflacionário”, declarou a gestora.

O fundo SPX Nimitz Feeder FIC FIM obteve ganho de 1,51% em agosto, em consequência de um CDI de 0,50%. No ano, acumula um retorno positivo de 7,44%, acima do principal referencial das aplicações de renda fixa, com variação de 4,18%.

A exposição a moedas alavancou o desempenho do fundo em agosto. A SPX também indicou que segue com a posição comprada em dólar.

Em relação à renda fixa brasileira, a gestora declarou que: “as perspectivas seguem de uma atividade econômica fraca e inação controlada, o que justificaria uma posição aplicada nos juros. Contudo, a dinâmica recente do câmbio mostra que há limites de até onde a taxa Selic poderá cair. Por este motivo e devido à atual precificação dos juros nos mercados, resolvemos encerrar a nossa posição aplicada”.

A SPX afirmou que manteve a alocação direcional comprada, com referência para empresas dos setores de utilities e consumo.

A gestora disse estar com uma alocação de risco reduzida em relação a parte internacional, com posição comprada no setor de energia na Europa contra o norte-americano e com a montagem de posições relativas em países emergentes. “A exposição líquida da carteira encontra-se vendida”

Desglobalização

A carta mensal, intitulada “Desglobalização em curso”, destaca a piora no cenário global, com o contínuo enfraquecimento do nível de atividade  econômica ao redor do mundo, sem sinal de estabilização do processo, e uma deterioração relevante do ambiente político mundial e da elevação das incertezas por conta de eventos como:

“O mundo está atravessando um período de ‘bear market político’, com o aumento dos focos de populismo em suas diversas modalidades e a  consequente reversão do processo de globalização, que promoveu prosperidade ao longo das últimas décadas”, comunicou a SPX, que também destacou que a tentativa dos bancos de contornar o cenário global conturbado não está sendo suficiente: “o afrouxamento monetário não parece, até agora, grande o suficiente para reverter o quadro de fragilidade da economia global”.

Em relação ao Brasil, a gestora afirma que a alta do câmbio não é grande surpresa por conta da piora nas perspectivas na Argentina, mas deve ser destacada.

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“As recentes revisões baixistas de crescimento adicionaram pressão sobre o componente fiscal, ao mesmo tempo em que estamos novamente em um ciclo de queda de juros, reduzindo a atratividade da moeda brasileira. A falta de consenso nas pautas da reforma tributária e de protagonismo do poder executivo nos deixa com a impressão de que essa será uma discussão longa, ainda que muito promissora. Por hora, acreditamos que os ativos brasileiros devem seguir o caminho trilhado no resto do mundo”, declarou a SPX.

Rafael Lara

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