A agência de avaliação de risco Standard & Poor’s (S&P) informou neste sábado (26) que vai colocar em observação a Vale.
Segundo a S&P, os ratings da Vale, de suas dívidas e de suas subsidiárias foram colocadas em “Creditwatch”. Isso significa que a agência de avaliação de risco as posicionou em estado de observação, com possíveis implicações negativas. Atualmente, a mineradora tem um rating da S&P em escala global de BBB- e em escala nacional de brAAA.
Decisão após desastre de Brumadinho
A decisão da S&P é consequência do desastre ocorrido em Brumadinho (MG) na última sexta-feira (26). O rompimento da Barragem 1 da Mina Feijão provocou um desastre humano e ambiental.
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Para a S&P, a decisão de posicionar a Vale em CreditWatch é reflexo dos riscos contingenciais a mineradora enfrentará após o rompimento da barragem. “Os passivos ambientais e sociais da Vale podem ser substanciais, especialmente considerando que tal incidente aconteceu antes”, informou a S&P. No documento a agência lembrou do acidente da barragem de Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em 2015. Aquela barragem era de propriedade da Samarco, empresa qual a gigante da mineração é sócia com 50%. O restante do capital da Samarco é de propriedade da mineradora anglo-australiana BHP Billiton.
“Acreditamos que a Vale enfrenta agora vários riscos decorrentes do desastre. Suas obrigações financeiras para remediar e compensar as perdas podem ser substanciais, e a empresa teria que enfrentar estudos longos e complexos de entidades ambientais e órgãos reguladores que poderiam terminar na suspensão de licenças”, informou a S&P em nota. A agência também salientou como, além das multas, a mineradora poderia ser penalizada. Isso poderia também se transformar na proibição de operar na região.
Possível corte no rating da Vale
O posicionamento em estado de observação poderia levar a um corte do rating da Vale. Segundo a S&P, um eventual downgrade será decidido após uma avaliação dos eventos. Essa análise também levará em conta um estudo sobre a capacidade da gigante da mineração de operar com segurança suas minas no futuro.
A agência de classificação de risco informou também que planeja chegar a uma conclusão “o mais rápido possível”. “Podemos rebaixar a Vale em vários degraus, dependendo dos impactos do acidente”, destacou a S&P.
O desastre de Brumadinho
Uma barragem de rejeitos da mina de Córrego do Feijão estourou na última sexta-feira (25). A mina, localizada na região da grande Belo Horizonte, é de propriedade da Vale.O acidente gerou uma avalanche de lama, que destruiu parte do centro administrativo da empresa em Brumadinho, e arrastou casas e até uma ponte. As autoridades locais informaram que pelo menos nove pessoas morreram e outras 354 estão desaparecidas.
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