PIB: S&P vê recuperação do Brasil mais acelerada e revisa estimativa
A agência classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) avaliou que a recuperação do Brasil depois de impactos mais acentuados da pandemia de covid-19 foi mais acelerada do que o previsto e revisou sua projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, de 7% para 5,8%.
De acordo com a S&P, três fatores levaram a atividade econômica brasileira a se recuperar mais rapidamente: os estímulos monetários e fiscais; as medidas de isolamento social flexíveis e a demanda chinesa. A estimativa para o PIB em 2021 foi mantida em 3,5%.
“A economia brasileira, apesar de o país ter um dos maiores números de casos de covid-19, teve um desempenho melhor do que esperávamos no segundo trimestre, com queda anualizada de 33,5%, uma das menores entre os emergentes, excetuando a Ásia”, analisou a agência.
A S&P ainda salientou o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 para cerca de 66 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade social, valor que caiu para R$ 300 com extensão dos pagamentos até dezembro. Com isso, o atual impulso no consumo deve perder força no restante de 2020 e no início do ao seguinte.
PIB deve sofrer com suspensão de estímulos
Dessa forma, a agência norte-americana destacou que, com o cenário fiscal desafiador no País, as medidas provavelmente vão ter que ser revertidas no próximo ano, “o que será um obstáculo significativo para o crescimento”.
O pacote de medidas emergenciais do Banco Central (BC) tem ajudado a atenuar o impacto o impacto da pandemia e disponibilizado incentivos que permitiram aos instituições financeiras liberarem os empréstimos para o setor privado.
Com isso, a S&P espera um crescimento de 10% do crédito este ano, ao tempo que prevê uma deterioração na qualidade dos ativos, que levou os bancos a elevarem suas provisões, movimento que deve afetar os lucros.
“A economia parece estar se estabilizando, o que deve ajudar a também estabilizar a qualidade dos ativos, à medida que as pausas nos empréstimos (concedidos para quase 21% da carteira total) chegam ao fim. Ainda assim, os riscos à qualidade dos ativos persistem, dado o cenário ainda fluido sobre a atividade econômica e o emprego”, observou a S&P.