S&P rebaixa rating da Via (VIIA3) para ‘brAA-’, com perspectiva negativa

A agência de classificação de risco S&P Global Ratings cortou a nota de crédito da Via (VIIA3), de brAA para brAA-, com perspectiva negativa, informa a agência de notícias Reuters.

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Em justificativa, a S&P destaca as dificuldades da Via em conseguir reduzir sua alavancagem nos próximos trimestres por causa da deterioração do ambiente macroeconômico e avanço dos juros.

“A perspectiva negativa indica que poderemos rebaixar os ratings em mais de um degrau se a empresa não for bem-sucedida na implantação do seu plano para melhorar margens e manter endividamento pelo menos estável nos próximos 6 a 12 meses”, afirmou a S&P, em comunicado, segundo a Reuters.

O texto ainda indica que, se o cenário ruim se confirmar, o indicador de dívida líquida/Ebitda da Via ficaria consistentemente acima de 5x, gerando pressões de liquidez por uma fraca geração de caixa.

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A S&P estima uma margem Ebitda em torno de 7,5% a 8% para a Via neste ano e alavancagem próxima de 4x.

Para 2021, a agência espera margem de 6,5%, ante perspectiva anterior de 7,5%. Os resultados do quarto trimestre da Via devem ser divulgados no dia 9 de março.

Em resposta à mudança da S&P, a Via comentou, em nota:

“A S&P manteve o status de investment grade, ou Grau de Investimento, da Companhia, nota dada para empresas com ‘capacidade muito forte de honrar compromissos financeiros.”

Provisões trabalhistas e cenário macro

Com a elevação dos juros no País, forte inflação e taxa de desemprego nas alturas, o principal público da Via vê sua renda cair o que impacta na rentabilidade, geração de caixa e custo da dívida da Via, segundo a S&P.

Além disso, somam-se a esses fatores a perspectiva de maior endividamento da dona das marcas Casas Bahia e Ponto, “devido às elevadas provisões para processos trabalhistas”.

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Em 2022, a Via estima um impacto decorrente de processos trabalhistas na ordem de R$ 900 milhões a R$ 1 bilhão, que será seguido por R$ 500 milhões a R$ 600 milhões em 2023.

De acordo com a varejista, a monetização de créditos fiscais será suficiente para fazer frente às saídas de caixas decorrentes desses processos. Porém, analistas e investidores ainda se mantêm cautelosos quanto a essa perspectiva.

“Por outro lado, esperamos que a Via apresente menor nível de estoque e alongue prazos com fornecedores, permitindo uma geração de caixa operacional positiva ao final de 2022”, afirmou a S&P em relatório.

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Cotação da Via nesta quinta (27)

As ações da Via estavam entre as maiores altas do Ibovespa nesta quinta, por volta das 11h10 (horário de Brasília). Os papéis apresentavam 5,06% de valorização, negociados a R$ 4,57.

Em 12 meses, as ações da Via amargam 70% de queda, valendo R$ 16,19 na máxima e R$ 3,75 na mínima.

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Monique Lima

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