A agência de classificação de risco Standard & Poor’s elevou nesta sexta-feira (16) o rating da Oi (OIBR3) de junk rate (calote, na tradução livre em português) para CCC+, com perspectiva estável.
A agência norte-americana informou que a decisão de retirar a nota de default seletivo para a empresa de telecomunicações é resultado do aditamento ao plano de recuperação judicial da Oi, aprovado pelo credores na primeira semana de setembro e homologado pelo Tribunal de Justiça no último dia 5 de outubro.
Agora, de acordo com a S&P, os termos do aditamento permitem que a companhia crie unidades produtivas isoladas (UPIs) para separar ativos e vendê-los nos próximos trimestres, incluindo os ativos móveis e parte dos ativos de infraestrutura (InfraCo).
A agência de rating informou que espera que a Oi seja capaz de efetuar vendas de ativos como torres, data center, móveis, infraestrutura e ativos de TV, e consiga arrecadar um montante de R$ 24 bilhões a R$ 27 bilhões nos próximos anos.
Além disso, na hipótese de um chamado “evento de liquidez“, quando, após o pagamento do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e das debêntures da Oi móvel, os recursos resultantes da venda de ativos superarem R$ 6,5 bilhões, a Oi pré-pagará as dívidas com bancos e agências de crédito à exportação (ECAs) com desconto de 55%.
Métricas de alavancagem da Oi devem se manter fracas
A S&P ainda avaliou que, no curto prazo, não há pressão de liquidez, porém as métricas de alavancagem devem permanecer fracas. Nesse sentido, a empresa mostra sinais de que conseguirá refinanciar ou repagar suas debêntures com vencimento em janeiro de 2022 e, com isso, não vai enfrentar pressões de liquidez pois não terá outros vencimentos significativos até 2025.
Apesar disso, a agência de classificação de risco considerou que as métricas de alavancagem de fluxo de caixa da Oi permanecerão altas nos próximos anos, com o índice de dívida bruta ajustada sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) significativamente superior ao patamar de 6 vezes, enquanto o fluxo de caixa operacional livre sobre a dívida deve ficar perto de 0% nos próximos anos.