O mercado futuro do S&P 500 opera em alta na manhã desta segunda-feira (22), puxado por ações de tecnologia, enquanto as Treasuries dão uma trégua. O mercado europeu observa a crise econômica na Turquia, acentuada após a demissão do líder do Banco Central pelo presidente Recep Tayyip Erdogan.
Por volta das 8h, o S&P 500 subia 0,05%, a 3.901,88 pontos. A Nasdaq, por sua vez, avançava 0,75%, a 12.941,12 pontos. Os papéis de 10 anos das Treasuries caem para 1,673% nesta segunda, ante 1,729% na sexta-feira (19).
Os rendimentos sobem há quase dois meses ininterruptamente, prejudicando o investimento em ativos de risco que haviam se beneficiado de vários anos de baixas taxas de juros. As ações de tecnologia, em particular, sofreram com o salto nos custos de empréstimos do governo de longo prazo.
Em função do valor das companhias de crescimento estar majoritariamente no futuro, uma maior taxa de desconto prejudica a avaliação destas ações. O Nasdaq-100, com as maiores empresas de alto crescimento e tecnologia dos Estados Unidos, caiu em quatro das últimas cinco semanas.
Já no ambiente macroeconômico, as atenções ficam voltadas a queda da lira turca, após o mandatário Erdogan demitir o presidente do BC do país, Naci Agbal. O movimento foi mal visto pelo mercado, que fez com que a moeda turca caísse até 12% frente ao dólar.
Nos cinco meses de Agbal no BC, ele defendeu reformas econômicas e a independência da autarquia. No fim da última semana, ele aumentou as taxas de juros em 200 pontos-base, para 19%, acima do esperado — o que não agradou Erdogan e culminou em sua demissão.
Segundo especialistas, o estresse com a moeda turca pode elevar a tensão nos mercados ditos alternativos, trazendo volatilidade aos emergentes.
S&P 500 e as bolsas mundias
Confira o desempenho das principais bolsas mundiais por volta das 8h05:
- S&P 500 futuro: +0,14%
- Nasdaq futuro: +0,77%
- DAX 30 (Alemanha): +0,22%
- FTSE 100 (Inglaterra): +0,08%
- Euro Stoxx 50: +0,03%
- SSE Composite (Xangai): +1,14%
- Nikkei 225 (Japão): -2,07%
Os mercados internacionais adotam certa cautela neste mês — de olho no rendimento das Treasuries e na pressão inflacionária nos Estados Unidos. O S&P 500 e as bolsas norte-americanas observam o desdobramento do novo pacote de estímulos do presidente Biden, além das tensões geopolíticas e perspectivas macroeconômicas.