O S&P 500 opera em queda no mercado futuro da manhã desta quarta-feira (19), pressionado por empresas de tecnologia — o contrário do observado no pregão de ontem. O índice acionário, contudo, ainda não reportou ganhos nesta semana, movimentada por conta da expectativa pela ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
Por volta das 7h20, o S&P 500 recuava 0,83%, para 4.088,62 pontos. A Nasdaq, por sua vez, caía 1,23%, a 13.050,00 pontos. Os investidores perpetuam as preocupações com a inflação nos Estados Unidos, o que poderia fazer com que o BC elevasse a taxa de juros antes o esperado.
As ações são o principal ativo de risco que sofre com uma possível guinada da taxa de juros, pois o custo de capital das empresas e diminui os múltiplos atuais. O Federal Reserve (Fed), todavia, tem dito que a economia norte-americana ainda prescreve estímulos monetárias, e isso inclui a compra de US$ 120 bilhões em títulos privados mensais.
Por mais que a autoridade monetária assegure que as pressões inflacionárias estão sob controle, o mercado tem travado um verdadeiro cabo de guerra com o BC. No fim do primeiro trimestre, as Treasuries de 10 anos dispararam após começarem o ano em 0,915%. Elas sobem 0,4 ponto percentual nesta quarta, para 1,651%.
A ata da última reunião do Fed, que acontecerá às 16h (horário de Brasília) desta quarta, passará as perspectivas do governo estadunidense para o decorrer da recuperação econômica, e a percepção da continuidade da política monetária acomodatícia em meio a tais preocupações.
“Com noticiário fraco e sem destaques, mercados amanhecem hoje no negativo, acompanhando a realização de ontem em Wall Street”, comenta a Ativa Investimentos. “Os investidores ficaram cautelosos com o aumento das pressões inflacionárias aumentando as chances de um aperto antecipado da política monetária do Fed.”
A retomada econômica também segue no radar dos investidores, sobretudo na Europa. Segundo a agência de notícias AFP, a região deve abrir as fronteiras para todo e qualquer viajante que esteja totalmente vacinado contra o novo coronavírus (Covid-19).
A decisão é um avanço frente à situação das últimas semanas, quando a Alemanha reforçou seu lockdown até o fim deste mês. Além disso, ainda preocupa uma nova variante oriunda da China, que ameaça a retomada das atividades no Reino Unido.
O Bitcoin cai mais uma vez e atinge o menor patamar desde o início do ano, antes de Elon Musk passar a criar polêmica em volta da criptomoeda, anunciando o aporte de US$ 1,5 bilhão da Tesla (TSLA34) na moeda digital e depois questionando os efeitos da mineração da cripto sobre o meio ambiente.
Nesta madrugada, o Bitcoin foi negociado por volta das US$ 40 mil, uma queda de 40% sobre o pico de US$ 65 mil de abril. Os investidores também aproveitam para vender suas posições após o Banco Popular da China reiterar ontem que tokens digitais não poderão ser usados como forma de pagamento.
S&P 500 e as Bolsas mundiais
Confira o desempenho das principais bolsas mundiais por volta das 7h44:
- S&P 500 futuro: -0,80%
- Nasdaq futuro: -1,15%
- DAX 30 (Alemanha): -1,32%
- FTSE 100 (Inglaterra): -1,09%
- Euro Stoxx 50: -1,28%
- SSE Composite (Xangai): -0,51% (fechada)
- Nikkei 225 (Japão): -1,28% (fechada)
As bolsas mundiais abriram maio de forma positiva, mas devolvem parte dos ganhos com as recentes quedas. O S&P 500 e os mercados internacionais também observam o desdobramento dos novos estímulos monetários do presidente Joe Biden e o impactos da pandemia no mundo.