O mercado futuro do S&P 500 aponta para uma tentativa do maior índice acionário recuperar parte das perdas dos últimos pregões. Em sua maior sequência de perdas em três dias consecutivos desde outubro do ano passado, o mercado norte-americano continua a refletir as expectativas de inflação nesta quinta-feira (13).
Por volta das 8h37, o S&P 500 avançava 0,08%, para 4.061,38 pontos. A Nasdaq, por sua vez, subia 0,55%, a 4.061,38 pontos. Os preços aos consumidores em abril ficaram mais altos que as expectativas de Wall Street. O índice subiu 4,2% em comparação ao mesmo período de 2020, maior aumento em 12 meses desde 2008.
Em uma base trimestral, os preços em abril subiram 0,8% ante março, sendo que as projeções giravam em torno de 0,2%. O índice mede quanto os consumidores pagam por bens e serviços, incluindo roupas, mantimentos, refeições em restaurantes, atividades recreativas e veículos.
Um integrante do Federal Reserve (Fed) afirmou ontem que o salto da inflação no mês passado foi surpreendente, mas que maiores dados devem ser analisados antes de que a autoridade monetária tome alguma decisão sobre o enxugamento da liquidez.
Os investidores se mostram nervosos e desconfiam da ideia do Fed que de as pressões inflacionárias são passageiras ou transitórias. O medo por inflação tem impactado o apetite por risco dos mercados acionários, sobretudo em relação às empresas de alto crescimento.
Esse aspecto ocorre em função do maior valor dessas empresas estar alocado no futuro, com a projeção de crescimentos dos lucros. Caso a conjuntura norte-americana pressione o Fed a elevar a taxa de juros antes do esperado, o custo de capital dessas empresas tende a aumentar, diminuindo os múltiplos — e preço da ações — atuais.
O maior sinal desse desencontro histórico entre o mercado e o Fed são as Treasuries, títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Após terem atingido quase 1,8% em março e arrefecido nas semanas seguintes, as notas de 10 anos agora são negociadas com um rendimento de 1,702%, de 1,693% ontem. Elas começaram o ano em 0,915%.
“A realização de lucros continua a aparecer nos mercados”, comenda Roberto Padovani, economista do Banco BV. “O tema da inflação ainda gera uma aversão a risco nas Bolsas internacionais, pois será divulgado o índice de preços aos produtores nos Estados Unidos.”
O mercado ainda ficará atento ao longo do dia com o número de pedidos de seguro-desemprego da semana encerrada no último sábado (8). Economistas ouvidos pelo The Wall Street Journal esperam 500 mil novos pedidos, estável frente aos 498 mil pedidos registrados na semana anterior.
O dia marca o maior patamar do dólar em mais de uma semana, com as ações globais — medidas pelo MSCI World Index — na baixa de seis semanas. O Bitcoin caiu cerca de 8%, para US$ 50 mil, após a Tesla (TSLA34) suspender as compras de veículos com a cripto em função de “preocupações ambientais”.
S&P 500 e as Bolsas mundiais
Confira o desempenho das principais bolsas mundiais por volta das 8h51:
- S&P 500 futuro: -0,02%
- Nasdaq futuro: +0,42%
- DAX 30 (Alemanha): -0,91%
- FTSE 100 (Inglaterra): -1,64%
- Euro Stoxx 50: -0,97%
- SSE Composite (Xangai): -0,96% (fechada)
- Nikkei 225 (Japão): -2,49% (fechada)
As bolsas mundiais abriram maio de forma positiva, mas devolvem parte dos ganhos com as recentes quedas. O S&P 500 e os mercados internacionais também observam o desdobramento dos novos estímulos monetários do presidente Joe Biden e o impactos da pandemia no mundo.