No menor patamar desde janeiro, S&P 500 futuro opera em queda; dados de desemprego no radar
Os futuros do S&P 500 operam em leve baixa na manhã desta sexta-feira (5), indicando que a semana pode terminar no vermelho, a terceira consecutiva. Ontem, o mercado à vista do maior índice acionário norte-americano fechou em queda de 1,34%, atingindo o menor patamar desde o fim de janeiro.
Por volta das 8h, o S&P 500 caía 0,04%, para 3.763,88 pontos. A Nasdaq, por sua vez, recuava 0,19%, para 12.431,50 pontos. As bolsas mundiais, como um todo, operam entre ganhos e perdas, em um relevante da agenda econômica. Os investidores também mantêm no radar informações sobre o mercado de trabalho.
Na última quinta-feira (4), Jerome Powell, o presidente do Federal Reserve (Fed), disse que deverá existir pressão de preços na economia quando os Estados Unidos forem complemente reabertos, mas que qualquer alta de inflação no curto prazo será transitória.
“Estamos bem cientes da história da inflação alta demais, não permitiremos que isso ocorra”, afirmou o chairman da autoridade monetária em evento organizado pelo The Wall Street Journal.
Em resposta ao risco de pressão inflacionária no curto prazo, as Treasuries, títulos do Tesouro estadunidense, voltaram a subir nesta semana, ainda se mantendo em um patamar considerado alto. O avanço do rendimento das notas foi o catalisador do tombo dos ativos de risco nas últimas semanas.
Com a alta das Treasuries, as empresas de tecnologia e crescimento acelerado, sobretudo, são mais impactadas, pois seus valores estão guardados no futuro. Com uma maior taxa de desconto sobre os fluxos de caixa projetados, os múltiplos atuais devem ser ajustados para baixo.
O rendimento das notas do Tesouro de 10 anos subiu novamente nesta sexta, para 1,557%, de 1,547% na quinta. Esse mesmo título iniciou o ano em 0,915%, e em agosto do ano passado estava próximo de 0,5%. A expectativa pela inflação de curto prazo está em um dos maiores patamares dos últimos anos.
O mercado analisará, ainda nesta manhã, o relatório de empregos do mes passado, que deve ser divulgado às 10h30 (horário de Brasília). A expectativa é pela criação de 210 mil postos de trabalho em fevereiro.
Isso aumentaria os sinais de uma lenta melhora no mercado de trabalho, após os dados divulgados ontem mostrarem que os pedidos de seguro-desemprego atingiram o nível mais baixo em três meses.
No mercado de commodities, os preços do petróleo subiram após a OPEP+ surpreender e manter sua produção inalterada, frente à expectativa por cortes de produção. O barril de petróleo WTI atingiu a marca de US$ 65 pela primeira vez desde janeiro de 2020. O Brent sobe 2,59%, a US$ 68,47.
S&P 500 e bolsas mundias entre ganhos e perdas
Confira o desempenho das principais bolsas mundiais por volta das 8h20:
- S&P 500 futuro: -0,07%
- Nasdaq futuro: -0,23%
- DAX 30 (Alemanha): -0,66%
- FTSE 100 (Inglaterra): +0,23%
- Euro Stoxx 50: -0,44%
- SSE Composite (Xangai): -0,04%
- Nikkei 225 (Japão): -0,23%
As bolsas mundiais adotam certa cautela no início deste mês, da mesma forma em que encerraram fevereiro — de olho nas Treasuries e inflação. O S&P 500 e os mercados norte-americanos observam o desdobramento do novo pacote de estímulos proposta pelo presidente Joe Biden.