O estrategista-chefe de renda variável do Morgan Stanley nos EUA, Mike Wilson, indicou nesta segunda-feira (24) que o S&P 500, e o mercado acionário em geral, estão vulneráveis aos movimentos de poucas ações e ao aumento nas taxas de juros.
Wilson argumentou que os retornos positivos registrados no S&P 500 e no NASDAQ 100 foram causados por altas nas ações de grandes empresas de tecnologia, como a Apple, que atualmente ocupa o maior espaço nos índices acionários estadunidenses.
O recorde que o S&P 500 registrou na última terça-feira (18), aos 3.389,78 pontos, recuperando as perdas causadas pela crise do coronavírus (covid-19), deixou analistas atenciosos com a situação. Enquanto as perdas da economia real norte-americana assustam (o PIB dos EUA deve cair cerca de 6,5% em 2020), o índice das 500 maiores empresas de capital aberto dos EUA atinge o nível mais alto já registrado na história.
De acordo com analistas ouvidos pelo SUNO Notícias, o movimento de alta do S&P 500 pode ser a consequência de estímulos governamentais, em meio a um período de juros baixos no mundo, e o otimismo de investidores em relação a empresas de tecnologia, conhecidas como FAANG (Facebook, Apple, Amazon.com, Netflix e Alphabet (controladora do Google), que surfaram melhor a crise.
Incerteza na economia pode afetar o S&P 500
“Esperamos que um susto em termos de crescimento seja seguido por um susto em termos de juros nas próximas semanas/meses, que podem finalmente nos dar a primeira correção passível de aposta nos principais índices acionários dos EUA”, escreveu Wilson em um comunicado a clientes, indicando uma possível queda no S&P 500.
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Até o momento, as bolsas americanas dispararam em meio a gigantescos estímulos fiscais e monetários. O S&P 500 subiu mais de 50% desde a mínima atingida em março.