Em setembro, as 500 maiores empresas de capital aberto dos Estados Unidos listadas no S&P 500 quebraram, pela primeira desde março, o ciclo de altas que vinham registrando. O índice acumulou uma baixa de 3,9% no mês passado, fechando a 3.363,00 pontos, em um sinal de que nenhum bull market pode durar para sempre.
Porém não foi apenas o S&P 500 que anotou sua primeira queda desde o pico da crise em março, quando as bolsas derreteram em vista das preocupações com a chegada da pandemia de covid-19. O Dow Jones Industrial caiu 2,3%, fechando setembro a 27,781.70 pontos e o Nasdaq Composite anotou uma queda acumulada de 5,2%, a 11,167.50 pontos.
Sabe-se que setembro é um mês historicamente difícil em Wall Street, porém este foi especialmente volátil, principalmente em vista das expectativas para o futuro. Enquanto o mês passado foi marcado pela continuidade da abertura da economia norte-americana e recuperação, de acordo com a Casa Branca, mais rápida do que o previsto, o período também foi inundado pelos números negativos da pandemia.
Na última semana do mês, o mundo bateu a marca de 1 milhão de mortes pela covid-19 e os alertas começaram a soar à medida de que, conforme os países reabrem suas portas, os casos de coronavírus voltam a subir. As preocupações com uma segunda onda da pandemia se alastraram pelo globo todo e travaram o desempenho de algumas empresas, levando as bolsas americanas a fechar no vermelho.
Com isso em vista, reforçando que esta matéria não é uma recomendação de investimento, confira as cinco ações do S&P 500 que mais se desvalorizaram em setembro:
Apache
O ditado “os vencedores de ontem são os perdedores de hoje” retrata o cenário da primeira coloca da lista de maiores quedas do índice: a Apache Corporation (NASDAQ: APA).
A companhia de exploração de hidrocarbonetos foi uma das impactadas pelo baixo patamar no qual o petróleo se encontra. Com as frágeis estimativas de recuperação, aliadas às ameaças crescentes de uma segunda onda do coronavírus que poderia minar a demanda pela commodity, os investidores voltaram à realidade.
A Apache, que vinha se recuperando de maneira consistente desde o colapso do início do ano, caiu 36,01% em setembro, para US$ 9,47 (equivalente a R$ 30,99), o pior patamar desde 22 de abril.
Halliburton
A Apache, no entanto, não veio sozinha para o ranking de maiores quedas do S&P 500. Junto com a companhia, a Halliburton Company (NYSE: HAL) foi outra vítima do petróleo.
A empresa, da mesma forma que sua antecessora, atua no ramo de exploração da commodity e, apesar de a demanda ter se recuperado das baixas de abril e início de maio, ainda sofre com a desvalorização do ativo. Não é à toa que as duas chegaram aos primeiros lugares juntas.
Dessa forma, a Halliburton registrou uma baixa de 25,32% em setembro desde ano, fechando o período a US$ 12,05.
Coty
Já a Coty Inc. (NYSE: COTY) está virando figurinha carimbada da lista de maiores quedas mensais do S&P 500. Além desta a empresa também marcou presença nos edições de julho e maio. Vamos relembrar. A empresa multinacional de cosméticos estava enfrentando um momento difícil de adaptação de seu modelo de negócios às circunstâncias impostas pela pandemia.
Depois disso, as ações de companhia começaram a registrar perdas significativas ao final de agosto. A Coty reportou resultados mais fracos do que a expectativa dos analistas, enquanto a receita de operações contínuas caiu 60% na base anual e as vendas no acumulado de 2020 caíram 22% ao ano.
Com isso, os papéis da empresa de produtos de beleza, que eram negociados a US$ 3,71 em julho, despencaram mais 24,58% em setembro, para fechar o mês em US$ 2,7.
National Oilwell Varco
Em quarto lugar na lista de maiores desvalorizações do S&P 500, está a National Oilwell Varco, Inc. (NYSE: NOV), de fornecedora de equipamentos e componentes utilizados em operações de perfuração e produção do setor petrolífero. A companhia integrou o grupo de empresas ligadas à indústria do petróleo que puxou o índice para baixo.
Vale ressaltar que, com o preço da commodity no chão, muitos produtores nos Estados Unidos estão pagando bem mais para produzir, o que afeta fornecedores como a National Oilwell Varco.
Nesse sentido, a empresa também apresentou forte queda em setembro, de 24,50%, a US$ 9,06.
Diamondback Energy
Por último, mas não muito diferente, está a Diamondback Energy (NASDAQ: FANG), outra empresa de exploração de hidrocarbonetos. Não fosse pela Coty, seria possível uma lista somente de companhias do setor de petróleo.
Com exceção da empresa de cosméticos, as todas as sete maiores desvalorizações do S&P 500 em setembro integram essa indústria, e com a Diamondback Energy não é diferente. A companhia caiu 22,69% no período, fechando a US$ 30,12%.