S&P 500 recua 0,13%; bolsas mundiais fecham mistas com Brexit e EUA
O S&P 500 e principais índices da bolsas mundiais encerram o pregão em mais um dia de desacordo, entre altas e baixas, com a repercussão do Brexit e da situação econômica dos Estados Unidos.
Nesta sessão, um novo relatório indicou a volta do aumento de novos pedidos de seguro-desemprego nos EUA, que ressurgiram para mais de 850 mil na semana passada, bem acima dos 725 mil previsto, segundo o Yahoo Finance, à medida que a segunda onda de covid-19 e o retorno das restrições para barrar a disseminação do vírus assolam a maior economia do mundo. Hoje, o S&P 500 caiu 0,13%, para 3.668,10 pontos.
Enquanto isso, as negociações para a aprovação de um novo pacote de alívio parecem ainda longe de encontrarem um desfecho. A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, rejeitaram o plano de US$ 916 bilhões (o que corresponde a mais R$ 4,61 bilhões) do secretário do Tesouro norte-americano Steven Mnuchin, por incluir menos benefícios a desempregados.
Por sua vez, o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, rechaçou proteções de responsabilidade e ajuda governamental estadual e local que integravam um grupo bipartidário de US$ 916 bilhões de legisladores.
Impasse do Brexit e BCE no radar
O viés positivo foi impulsionado pela decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que manteve os juros, mas ampliou suas compras de bônus. O discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde, em seguida à decisão, soou “menos alarmista”, na avaliação de riscos, segundo o ING.
Pelo lado negativo, contribui para a piora dos índices o impasse em relação às discussões envolvendo o Brexit. A decisão sobre um acordo deve ser comunicada no fim de semana.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se reuniram na última quarta-feira (9) para tentar dirimir o impasse das negociações por um acordo comercial para o período subsequente a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) que será oficializada em 1 de janeiro de 2021. Segundo Vonder Leyen, apesar da aproximação, ambos os lados ainda têm posicionamentos distantes.
S&P 500 cai, Nasdaq sobe
Os principais índices acionários das bolsas americanas encerraram mistas, com os investidores atentos ao progresso das negociações de estímulo fiscal e aos dados do mercado de trabalho.
- Nova York (S&P 500): -0,13% – 3.668,09
- Nova York (Dow Jones Industrial): -0,23% – 29.999,26
- Nova York (Nasdaq Composite): +0,54%- 12.405,81
O DJIA perdeu sua marca histórica de 30 mil pontos, após uma série de leves recuos nos últimos dias.
Bolsas da Europa fecham sem direção única
As bolsas da Europa encerraram o pregão sem sinal único. A ampliação de compra de bônus por parte do BCE deu algum fôlego aos negócios, mas o impasse do Brexit e a tendência baixista vinda de Nova York induziram à realização de lucros em algumas praças.
- Europa (Stoxx 600 Europe): -0,44% – 393,15
- Londres (FTSE 100): +0,54% – 6.599,76
- Frankfurt (DAX 30): -0,33% – 13.295,73
- Paris (CAC 40): +0,051% – 5.549,65
- Milão (FTSE/MIB): -0,25% – 21.915,51
- Madri (IBEX 35): -0,64% – 8.182,30
- Lisboa (PSI-20): +0,45% – 4.795,47
Também favoreceu os ganhos a alta do preço do petróleo – com o Brent acima dos US$ 50,00 o barril pela primeira vez desde o início da pandemia – o que impulsionou as ações de petroleiras.
Bolsas da Ásia fecham em queda na maioria
As bolsas asiáticas fecharam na maioria em território negativo, com investidores atentos ao avanço da covid-19 e a seus impactos na atividade. A dificuldade de os Estados Unidos aprovarem mais estímulo fiscal também foi mencionada como motivo para a fraqueza nas praças, já que isso pesa nas expectativas globais.
- Hong Kong (Hang Seng): -0,35% – 26.410,59
- Xangai (SSE Composite): +0,04% – 3.373,28
- Tóquio (Nikkei 225): -0,33% – 2.746,46
- Seul (Kospi): +2,02% – 2.755,47
Bem como o S&P 500, a dificuldade de os Estados Unidos aprovarem mais estímulo fiscal também foi mencionada como motivo para a fraqueza nas praças, já que isso pesa nas expectativas globais.
(Com informações do Estadão Conteúdo)