Os principais índices acionários das bolsas mundiais fecharam a sessão desta segunda-feira (30) no vermelho, com realização de lucros e acirramento das tensões entre os Estados Unidos e a China. O recuo, no entanto, não impediu o S&P 500 e os indicadores globais de conseguirem fortes ganhos em novembro.
O índice Stoxx 600, que reúne empresas capitalizadas em diversas bolsas europeias, saltou 11,93% neste mês, para anotar o melhor desempenho mensal de sua história. No mesmo sentido, o Dow Jones Industrial fechou novembro com a melhor performance em mais de três décadas, enquanto S&P 500 estampou seu melhor novembro desde sua criação.
O ponto comum que une as bolsas mundiais em torno do rali em novembro concerne às notícias promissoras referentes às vacinas experimentais contra a covid-19.
Em novembro, foram vários resultados positivos dos tão esperados imunizantes contra o novo coronavírus, que poderiam viabilizar o retorno à normalidade. Desse modo, os números da vacina da Pfizer, da Moderna e da AstraZeneca-Oxford, todas com percentuais de eficácia acima de 90% (com direito a polêmica envolvendo a vacina britânica); animaram os mercados internacionais durante o mês.
E as notícias positivas não pararam nem no fim de semana. Segundo o jornal Financial Times, o Reino Unido deve conceder a aprovação à vacina da Pfizer em poucos dias, tornando o país o primeiro a aval para um imunizante contra a covid-19 testado em larga escala.
Além disso, nesta sessão, a Moderna informou que solicitará aos reguladores de saúde norte-americanos e europeus que autorizem de forma emergencial sua vacina.
Tensão EUA-China
Mas não foi só no noticiário positivo que focaram as bolsas mundiais nesta segunda-feira. Além da realização de lucros após um mês de novembro recheado, os investidores estiveram atentos à tensão entre os Estados Unidos e a China.
De acordo com informações da agência Reuters, Washington deve adicionar novas companhias do país asiático à chamada lista de entidades, que dificulta o acesso a compradores norte-americanos. O movimento agrava as tensões com Pequim semanas antes de o presidente eleito Joe Biden tomar posse.
S&P 500 tem melhor novembro da história
Os mercados dos Estados Unidos fecharam novembro com ganhos substanciais após um forte rali alimentado pelas perspectivas das vacinas contra covid-19, mais perto do que nunca de serem finalizadas. A sessão desta segunda-feira, entretanto, foi mais fraca, com todos os três principais índices encerrando em baixa.
- Nova York (S&P 500): -0,46% – 3.621,63
- Nova York (DJIA): -0,91%- 29.638,64
- Nova York (Nasdaq Composite): -0,058% – 12.198,74
Apesar disso, as perdas neste pregão fizeram pouco contra a performance de novembro. O DJIA subiu 12%, no melhor mês desde janeiro de 1987. O S&P 500 avançou 11%, enquanto o índice composto da Nasdaq anotou uma alta de 12%.
Bolsas da Ásia fecham em queda, mas tem novembro azulado
As bolsas asiáticas encerraram a sessão em queda, realizando lucros do mês de novembro, mas com investidores também atentos à tensão entre os Estados Unidos e a China.
- Hong Kong (Hang Seng): -2,06% – 26.341,49
- Xangai (SSE Composite): -0,49% – 3.391,76
- Tóquio (Nikkei 225): -0,79% – 26.433,62
- Seul (Kospi): -1,60% – 2.591,34
Tudo somado, o avanço do índice de gerentes de compras (PMI) do setor industrial da China, de 51,4 em outubro para 52,1 em novembro, maior nível em três anos, ficou em segundo plano.
Europa tem melhor mês da história
As bolsas da Europa fecharam em queda de mais de 1% em meio à nova escalada das tensões entre Estados Unidos e China e a realização de lucros.
- Europa (Stoxx 600 Europe): -0,98% – 389,36
- Londres (FTSE 100): -1,59% – 6.266,19
- Frankfurt (DAX 30): -0,33% – 13.291,16
- Paris (CAC 40): -1,42% – 5.518,55
- Milão (FTSE/MIB): -1,30% – 22.060,98
- Madri (IBEX 35): -1,39% – 8.076,90
- Lisboa (PSI-20): -1,01% – 4.604,72
“O tom do mercado continuará a ser determinado pelo equilíbrio desconfortável entre as esperanças de uma retomada da atividade a longo prazo, à medida que as vacinas são lançadas, e uma percepção a curto prazo quanto aos danos atualmente causados pelo vírus”, destacam analistas do banco holandês Rabobank. .
Não obstante, as bolsas europeias, da mesma maneira que o S&P 500, fecharam no melhor novembro de sua história.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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