De volta do final de semana, o S&P 500 e os principais índices acionários das bolsas mundiais perderam parte do ânimo e fecharam a sessão desta segunda-feira (7) sem direção única, com viés negativo.
O recuo neste pregão acontece após os benchmarks internacionais anotarem mais uma semana de ganhos substanciais, recheada por notícias de vacinas; pela decisão da Organização dos Países Exportadores (Opep) e seus aliados, grupo conhecido como Opep+; por dados chineses promissores; e pelas esperanças por novos estímulos nos Estados Unidos. Hoje, o S&P 500 colocou uma pause no rali e caiu 1,9%.
Nos EUA, os investidores focam no andamento da aprovação do uso emergencial para as vacinas experimentais contra covid-19. Segundo informações do Yahoo Finance, a Food and Drug Administration (FDA, o órgão regulador norte-americano do setor de saúde e serviços humanos) deve reunir seu conselho consultivo científico externo na quinta-feira (10) para deliberar sobre o pedido de autorização da vacina da Pfizer (NYSE: PFE).
As bolsas mundiais ainda ficaram de olho na negociação pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE). A indefinição em torno do Brexit pesou sobre os mercados, sobretudo após o jornal The Sun informar que o premiê britânico, Boris Johnson, pode desistir das negociações caso um consenso não seja alcançado até hoje.
Avanço da covid-19 no Hemisfério Norte
Outro ponto indutor de cautela foi a segunda onda da covid-19 e a iminência de novos lockdowns para contê-la. No domingo passado (6), a região da Baviera, na Alemanha, anunciou o endurecimento de medidas restritivas.
Em Portugal, por sua vez, o número de mortos pelo novo coronavírus ultrapassou hoje a marca simbólica de 5 mil.
Além disso, o Fórum Econômico Mundial (WEF, no acrônimo em inglês), tradicionalmente realizado em Davos, na Suíça, anunciou que sua versão de 2021 será em Cingapura, em virtude dos avanços da doença na Europa. O evento retornará à Davos na reunião anual de 2022.
Nasdaq em recorde (de novo); S&P 500 recua
O S&P 500 e o Dow Jones Industrial recuaram de suas máximas históricas à medida que os investidores deram uma pausa rali. Apesar disso, o Nasdaq Composite ignorou o movimento dos dois grandes índices e anotou mais um recorde nesta sessão.
- Nova York (S&P 500): -0,19% – 3,691.96
- Nova York (DJIA): -0,49%- 30,069.20
- Nova York (Nasdaq Composite): +0,45%- 12,519.95
O índice composto da Nasdaq foi puxado principalmente pelas chamadas mega caps, incluindo a Apple (NASDAQ: AAPL) e o Facebook (NASDAQ: FB), que apresentaram uma valorização de 1,23% e 2,10%, respectivamente. Não obstante, pesou sobre o benchmark nomes como Alphabet, a dona do Google (NASDAQ: GOOGL) e Microsoft (NASDAQ: MSFT).
Bolsas da Europa fecham na maioria em baixa
As bolsas europeias fecharam na maioria em baixa, com o avanço da covid-19 e as negociações pelo Brexit no radar. O contínuo patamar alto da doença, levando a novos lockdowns, também trouxe pessimismo quanto a uma rápida recuperação econômica, afetando ações como as de petroleiras.
- Europa (Stoxx 600 Europe): -0,30% – 392,84
- Londres (FTSE 100): +0,08% – 6.555,39
- Frankfurt (DAX 30): -0,21% – 13.271,00
- Paris (CAC 40): -0,64% – 5.573,38
- Milão (FTSE/MIB): -0,32% – 22.107,18
- Madri (IBEX 35): -0,57% – 8.275,60
- Lisboa (PSI-20): +0,02% – 4.703,77
Por lá, os mercados permanecem monitorando as negociações em Washington envolvendo um novo pacote de estímulos fiscais.
Bolsas da Ásia majoritariamente em queda
As bolsas asiáticas encerraram o pregão sem direção única, de olho nas exportações da China, nas tensões sino-americanas e na segunda onda de covid-19.
- Hong Kong (Hang Seng): -1,23% – 26.506,85
- Xangai (SSE Composite): -0,81% – 3.416,00
- Tóquio (Nikkei 225): -0,76% – 26.547,44
- Seul (Kospi): +0,51% – 2.745,44
Deu algum ânimo ao investidor do mercado asiático o salto de 21,1% das exportações da China em novembro, na comparação anual, superando a alta de 12% prevista por analistas consultados pelo The Wall Street Journal. Já as importações da China subiram 4,5% no mesmo intervalo. Neste caso, a projeção de economistas era de incremento maior, de 5,3%. Assim, em novembro, a China teve superávit comercial de US$ 75,42 bilhões no período, ante projeção de US$ 53,9 bilhões.
Mas a notícia de que os Estados Unidos planejam impor sanções a mais integrantes do Partido Comunista da China e o avanço da covid-19 em todo o planeta induziram cautela ao investidor estrangeiro neste início de semana, alinhado os índices asiáticos ao S&P 500 e ao restante das principais bolsas mundiais.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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