Softbank, agora controladora da WeWork, reporta prejuízo de US$ 6,5 bi
O Softbank divulgou seu balanço do terceiro trimestre de 2019 nesta quarta-feira (6). Trata-se do primeiro prejuízo operacional trimestral em 14 anos, com US$ 6,5 bilhões (aproximadamente R$ 25,96 bilhões na cotação atual).
O prejuízo do fundo de investimentos japonês coloca em questionamento os recentes investimentos da empresa de Masayoshi Son. O CEO do Softbank, inclusive, pretende expandir o sucessor do seu maior fundo de investimento, o Vision Fund, de US$ 100 bilhões.
Este fundo havia impulsionado o lucro do Softbank nos últimos dois anos, contribuindo com mais de US$ 14 bilhões. Entretanto, com a redução do valuation da Uber e da WeWork, destinos dos seus maiores aportes, foram elevadas as perspectivas pessimistas sobre o portfólio do Vision Fund.
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“Houve um problema com o meu julgamento, é algo que tenho que refletir”, disse Son após ser questionado por suas decisões à frente da empresa.
Softbank procura equacionar prejuízos com perspectivas de crescimento
No entanto, o presidente do Softbank procurou se defender mostrando dados históricos. Delegou à mídia a propagação das informações sobre a possibilidade de falência da WeWork. Além disso, ressaltou como o Softbank havia reportado lucro aos seus investidores, citando a Slack Tenchnologies e a Uber.
de concessão na Bacia do Parnaíba.
O Softbank apresentou U$ 4,93 bilhões em perdas não realizadas por meio de diversos investimentos à Uber. A startup focada em mobilidade urbana através do aplicativo foi avaliada em US$ 7,8 bilhões no final de setembro, diferentemente dos US$ 47 bilhões estimados no início do ano.
No final de outubro, foi divulgado o pacote de U$ 9,5 bilhões (R$ 37,94 bilhões) de “resgate” da WeWork. Após isso, o grupo japonês passou a controlar 80% da startup de compartilhamento de escritórios.
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Na negociação, foi acordado o valor de US$ 5 bilhões em novos financiamentos, o adiantamento de US$ 1,5 bilhão já negociado anteriormente e até US$ 3 bilhões de compra da participação de acionistas que permanecem no negócio. Além disso, o Softbank exigiu a saída do Conselho de Administração da WeWork, Adam Neunmann, sendo substituído pelo atual presidente executivo, Marcelo Claure.
“A relação de Son com a WeWork levanta algumas questões fundamentais sobre sua estratégia de investimento que precisam ser abordadas”, afirmou o analista sênior do banco de investimentos norte-americano Jefferies Group, Atul Goyal. “Haverá mais investimentos [do Softbank] fracassados no futuro, como ele planeja lidar com eles?”.