O Softbank estuda fazer uma oferta pelos ativos do TikTok na Índia. O governo indiano baniu, em julho deste ano, 59 dos maiores serviços de internet da China, incluindo aplicativo de vídeos curtos.
O Softbank, que possui participação na controladora do TikTok, ByteDance, tem conversado com as operadoras de telecomunicações indianas, Reliance Jion Infocomm e Bharti Airtel, disseram fontes à agência de notícias “Bloomberg”.
Apesar do conglomerado japonês possuir uma pequena participação na ByteDance, o Softbank tem um papel importante nas negociações de ativos.
Com mais de 200 milhões de usuários, a Índia era um dos principais mercados do TikTok. Mas, segundo o governo indiano, esses aplicativos que foram banidos estavam envolvidos em atividades consideradas prejudiciais à soberania, integridade e defesa nacional.
A medida das autoridades indianas aconteceu após o aumento das tensões contra a China na área fronteiriça do Ladakh.
O Ministério da Tecnologia da Informação informou que recebeu “muitas denúncias levantando preocupações dos cidadãos em relação à segurança dos dados e risco à privacidade em relação à operação de certos aplicativos”.
“A equipe de resposta a emergências de computadores (CERT-IN) também recebeu muitas denúncias dos cidadãos em relação à segurança dos dados e à violação da privacidade, afetando questões de ordem pública”, salientou o documento.
“Recebemos muitas reclamações de várias fontes, incluindo vários relatórios sobre o uso indevido de alguns aplicativos móveis disponíveis nas plataformas Android e iOS por roubar e transmitir clandestinamente os dados dos usuários de maneira não autorizada para servidores com localizações fora da Índia”, informa o documento.
Além da Índia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou banir o aplicativo chinês e ordenou que a ByteDance venda seus ativos no país por questões de segurança nacional.
Com novas regras, controladora do TikTok reconsidera opções de venda
Após o presidente dos EUA ter estipulado um prazo para a saída do TikTok do país, a controladora do aplicativo, ByteDance, se viu sem muitas opções. A escolha era fechar uma venda por US$ 20 bilhões ou US$ 30 bilhões, ou sair do território norte-americano sem nada e perder um mercado consumidor. No entanto, as novas regras criadas pelo governo chinês para a venda da empresa podem mudar o panorama.
O fato de Pequim ter determinado que qualquer venda do aplicativo deva passar por seu crivo, fez com que as chances da rede social, que virou febre entre os jovens de todo o mundo, permanecer nos Estados Unidos amentarem.
De acordo com informações da agência de notícias “Bloomberg”, isso ocorre porque o fundador da ByteDance, Zhang Yiming, e sua equipe estão analisando a chance do TikTok ser aprovado tanto por Pequim, como por Washington. Isso demandaria mais tempo de negociação, inclusive ficando para depois das eleições presidenciais norte-americanas, marcadas para novembro deste ano.