O fundo de infraestrutura SNID11 encerrou fevereiro com um desempenho consistente, mesmo em um mês de baixa movimentação na carteira. O destaque ficou para a resiliência dos ativos e o desconto reduzido da cota de mercado em relação ao valor patrimonial — um diferencial em meio ao cenário de maior aversão a risco no mercado.
A distribuição se manteve em R$ 0,11 por cota, acima da média histórica do fundo. Considerando o fechamento da cota em R$ 9,75, o dividend yield anualizado chegou a 12,62%.
Já o valor patrimonial da cota ficou em R$ 10,11, o que representa um desconto de cerca de 4%, inferior à média observada entre os FI-Infra listados.
Mesmo com uma liquidez atípica em fevereiro — média de R$ 65 mil por dia —, o SNID11 voltou a crescer em número de investidores. A estabilidade da distribuição também se apoia em uma carteira que segue, segundo os gestores, 100% saudável.
SNID11: compromissada substitui giro e preserva ativos
Embora não tenha feito vendas nem novas aquisições no mês, o FI-Infra realizou uma operação compromissada no valor de R$ 1 milhão, com taxa de CDI + 0,90%. O custo é inferior ao carrego atual da carteira, que roda a CDI + 4,57%, o que garante retorno adicional sem necessidade de se desfazer de papéis em momento de valorização gradual.
Segundo Rodrigo Wainberg, analista da Suno Asset, o fundo continua gerando valor mesmo com uma gestão menos ativa no curto prazo. “Seguimos com uma carteira saudável e um desempenho consistente mesmo em meses sem movimentação”, pontua.
Carteira foca em nomes consolidados e bom rating
A carteira do SNID11 é composta por debêntures de empresas como Braskem, Vamos e JSL, todas com histórico de recuperação ou resiliência recente. João Comine, também analista da gestora, destaca que a seleção é feita com base em análises criteriosas, sempre buscando empresas com potencial de melhora operacional e perspectiva positiva de rating.
“Desde o início, acumulamos upgrades de crédito e priorizamos ativos com boas perspectivas de rating”, afirma Comine. A estratégia, segundo ele, permite alcançar uma distribuição equivalente a 123,3% do CDI sem gross-up — ou até 160% com o ajuste para isenção de imposto.
Rentabilidade do fundo supera benchmarks
O retorno acumulado da cota de mercado com reinvestimento de dividendos é de 27,6%, chegando a 33,4% com gross-up. O desempenho supera não apenas o CDI (26,2%), mas também outros índices relevantes, como IPCA + IMA-B (25,0%) e IDA-DI (31,1%). Já a rentabilidade na cota patrimonial foi de 31,3% no mesmo período.
Confira a Live do SNID11
Para os gestores, o SNID11 demonstra que é possível manter uma distribuição atrativa sem recorrer a alavancagem agressiva ou giros oportunistas. “Nosso foco é consistência e responsabilidade na entrega de valor ao cotista”, conclui Wainberg.