SNEL11: alta nas tarifas de energia beneficia investidores; entenda
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a ativação da bandeira tarifária amarela para o mês de maio. A medida deve encarecer a energia elétrica para o consumidor, mas vai trazer efeitos positivos para investidores do SNEL11, fundo imobiliário da Suno Asset especializado em locação de ativos de geração distribuída de energia solar.

A bandeira amarela é acionada para sinalizar condições menos favoráveis de geração de energia, geralmente devido à menor possibilidade de chuvas. Ela adiciona R$ 0,1885 na conta de energia a cada kWh consumido, como um alerta de que houve um aumento no custo da geração.
Guilherme Barbieri, head do SNEL11, explica que a mudança no custo da energia reforça a atratividade econômica dos contratos de locação firmados pelo fundo, que contam com cláusulas de reajuste acionadas em momentos de mudança nas bandeiras tarifárias. “Os contratos atuais têm mecanismos que capturam esse tipo de variação. É um movimento que contribui para o crescimento real da receita do fundo no médio prazo”, afirmou o gestor.
Esse ganho, no entanto, não é imediato. Barbieri explica que a estrutura contratual do SNEL11 prevê o reajuste nos valores de locação com um descasamento de 90 dias. “Efetivamente, em D+90, essa inflação é refletida nos nossos fluxos de caixa, trazendo maior previsibilidade e proteção aos cotistas”, explicou.
Na avaliação do executivo, o ambiente de elevação das tarifas de energia favorece ativos de geração distribuída com perfil de longo prazo, como é o caso do portfólio do fundo. “Em momentos de pressão tarifária, a geração própria de energia solar torna-se ainda mais competitiva, fortalecendo a atratividade dos nossos contratos junto aos consumidores finais”, completou.
SNEL11: entenda a estratégia do fundo
O SNEL11 adquiriu recentemente cinco usinas solares já em funcionamento, instaladas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, por R$ 123,4 milhões. Em seu último relatório gerencial, o fundo imobiliário reportou um índice de inadimplência próximo a zero, aliado a contratos de longo prazo com correções inflacionárias. O fundo já tinha em seu portfólio plantas nos estados do Ceará, Pernambuco, Goiás e Minas Gerais.
Com a expectativa de manutenção do cenário de custos energéticos elevados nos próximos meses, a gestão prevê impactos positivos adicionais sobre a distribuição de rendimentos ao longo do segundo semestre. Na semana passada, o fundo pagou dividendos de R$ 0,10 por cota aos investidores, referentes aos resultados de março.
Ao longo do ano, outras aquisições devem ser anunciadas, com valores de cerca de R$ 170 milhões. O caixa do SNEL11 ainda conta com recursos para financiar parte das compras, captados na 3ª oferta de cotas, que arrecadou R$ 166 milhões, e o restante pode ser financiado por meio de dívidas de longo prazo atreladas aos recebíveis do fundo.
Os novos ativos devem garantir maior previsibilidade de receita e diversificação geográfica, considerando a expansão para as praças de Rio e São Paulo. Esses fatores vão reduzir a percepção de risco do investidor e permitir otimização de custos, além de oferecer ao time de gestão do SNEL11 maior poder de negociação nas futuras aquisições.