Para proteger o investidor da inflação descontrolada, o Fundo Imobiliário (FII) Suno Recebíveis, o SNCI11, fez um novo anúncio de dividendos nesta quinta-feira (14), de R$ 1,30 por cota.
Nos dois meses anteriores, os dividendos do SNCI11 foram de R$ 1,40. Apesar de ser a primeira vez que o fundo tem uma retração nos seus proventos por cota, o movimento era esperado pela gestora, a Suno Asset, e também pode indicar mais dividendos no futuro.
Isso ocorre porque os proventos são indexados à inflação dos dois meses anteriores – ou seja, os dividendos refletem um desempenho de 60 dias retroativos.
Como a exposição do SNCI11, um FII de papel, é majoritariamente ligada a títulos de renda fixa atrelados ao IPCA, os proventos atuais refletem as altas do índice de inflação dos meses anteriores.
Já que o IPCA subiu acima de 11% nos últimos doze meses na leitura de março (1,62% no mês), divulgada na semana passada, a expectativa é de que os proventos seguintes sejam mais altos, explica Amanda Coura, da Suno Asset.
“Nos próximo 60 dias os dividendos terão um crescimento expressivo. Estamos com uma carteira majoritariamente indexada ao IPCA. Toda essa distribuição de dividendos tão elevada é por causa do IPCA alto. Os rendimentos no mês de março foram elevados em função do IPCA também. Em janeiro o índice subiu cerca de 0,5%. Então a carteira de março, que é corrigida pelos dois meses anteriores, desempenhou melhor em termos de proventos”, destaca.
Apesar do ciclo altista de juros, o FII ainda possui expectativa de bons proventos neste ano – dado que a maioria das casas de análise e corretoras não veem um IPCA arrefecendo antes de agosto e as projeções para o fim de 2022 têm aumentado gradativamente.
“No ambiente atual ainda vemos uma ambiente com IPCA bem alto. Todas as frentes da inflação subiram, tudo está caro, todos os itens estão com preços ‘estressados’. Ou seja, o BC deve continuar uma escalada de juros, acima do que era esperado [nas projeções anteriores], já que a inflação ainda está descontrolada”, ressalta Coura.
Ou seja, a estimativa é de dividendos polpudos nos meses seguintes. Nos dados atuais, se os rendimentos do SNCI11 forem anualizados, o fundo imobiliário rende cerca de 18% ao ano.
SNCI11 tem expectativa positiva mesmo em situação de queda do IPCA
Mesmo que a inflação siga em alta, o ciclo de juros atual acabará no fim deste ano ou no próximo ano, e as mudanças do cenário macroeconômico devem influenciar na carteira do fundo.
Ainda assim, a asset espera que os rendimentos fiquem acima de R$ 1 em situações normais, e também tenham um desempenho de IPCA+7%, como forma de proteger o investidor da perda do poder de compra ocasionada pela pressão inflacionária.
“Sabemos que a situação atual [dos rendimentos acima da média e do IPCA acima de 11%] não é sustentável no longo prazo. Teremos rendimentos acima de R$ 1, e penso que conseguimos manter um patamar de dividendos muito bom, porém provavelmente abaixo do de hoje”, ressalta Amanda Coura.
Vendo as mudanças na maré ainda à frente, a gestora idealiza aportes em mais ativos atrelados ao CDI – que atualmente correspondem a cerca de 10% do portfólio do SNCI11.
Com juros mais altos, a gestora quer que o fundo desfrute do ciclo altista. Deste modo, quando o IPCA cair, essa fatia em CDI deve proteger a rentabilidade da carteira e manter rendimentos e um desempenho ainda acima da média da indústria de fundos imobiliários,
Atualmente o portfólio do fundo está totalmente alocado, ainda que o SNCI11 tenha R$ 250 milhões de patrimônio, considerando o follow-on recente.
O que esperar do FII da Suno no futuro
Com rendimentos ainda acima da média, Coura defende que o fundo é ideal para investidores de longo prazo, com média de permanência de no mínimo cinco anos.
“O investidor precisa ter mais disciplina de reinvestimento. O SNCI11 paga excelente rendimentos sem cobrança de IRPF. A pessoa física deve reinvestir. Somos um fundo diferente dos demais FIIS de papel, porque temos risco médio, com várias operações de riscos diferentes, mantendo um portfólio equilibrado. Os riscos são pulverizados; atrelados à localização, perfil de devedor e tudo mais”, explica.
“É um fundo de risco médio-ponderado. Ou seja, temos risco médio com um rendimento excelente, pagando proventos maiores do que fundos de risco elevado. Além disso, o alinhamento do investidor é maior. Temos um time de gestão ativa, com operações estruturadas que fazemos do zero. Desenhamos as operações, algo que você não encontra em outros fundos do mercado”, segue.
Por fim, destaca que há transparência das alocações e da análise.
“Além dos relatórios, temos uma transparência nas redes sociais. Conseguimos tirar toda as dúvidas e temos um alinhamento de custo. O fundo é um dos mais baratos, se não o mais barato. Não temos sequer uma taxa de performance, e a taxa de gestão é de 0,7% ao ano. Dá um alinhamento para o cotista e torna o fundo acessível”, fala, sobre o SNCI11.