O fundo de investimento imobiliário (FII) de papel da Suno, o SNCI11, segue alocando capital em novas operações, apesar da não realização de novas ofertas, e poder ser beneficiada com uma possível queda de juros no Brasil, segundo informações divulgadas pela Suno Asset em seu último relatório de risco.
Segundo a gestora, durante o último semestre, o SNCI não realizou nova oferta de cotas, mantendo o patrimônio total do fundo em cerca de R$ 420 milhões. Atualmente, o portfólio do SNCI11 possui 35 CRIs, um a menos do que o mapeado em dezembro de 2023, com uma concentração média de 2,8% por CRI, o que é considerado diversificado em termos de riscos individuais.
“O time de gestão segue alocando capital do fundo em novas tranches de operações aprovadas e sempre buscando uma boa relação de “risco x retorno” nos investimentos que realiza a partir de amortizações dos CRIs já presentes em carteira”, destacou o fundo em relatório.
Ao todo, mais de 99% das operações do SNCI possuem ratings A4 ou superior, o que indica risco moderado a baixo para quase todo o portfólio do fundo. Além disso, nos últimos 6 meses, o SNCI11 obteve uma rentabilidade acumulada de 8,4%, superando o CDI, IPCA+7% e o índice IFIX do segmento de fundos de papel.
“O SNCI se posicionou como um fundo de risco médio e rentabilidade média. Essa estratégia se mostrou vencedora no cenário do início do ano, quando alguns fundos sofreram inadimplência um pouco maior. O nosso portfólio passou muito bem pelo que parece ter sido a pior fase da crise de crédito”, disse Vitor Duarte, CIO da Suno Asset.
Cenário de fundos imobiliários
Entre os destaques do relatório, no primeiro semestre de 2023, a Suno Asset observou uma recuperação do mercado de fundos imobiliários em relação a outros ativos, principalmente internacionais.
Assim, a gestora acredita que com a queda dos juros no Brasil, os FIIs tendem a ser uma das classes de ativos mais beneficiadas, por conta da atual subvalorização dos preços das cotas em relação ao seu Valor Patrimonial (VP).
Vale lembrar que no período citado, o patrimônio líquido dos fundos chegou a R$ 210 bilhões, maior valor desde maio de 2022, enquanto o número de investidores cresceu 10,31% em relação ao valor total apresentado em dezembro, chegando a 2,205 milhões de pessoas, apresentando um crescimento anual médio de 58,18% ao ano desde 2016.
Carteira do SNCI11
No último semestre, informou a Suno Asset no relatório, o fundo SNCI11 realizou novas alocações (1 nova operação e 4 novas tranches), além de 2 desinvestimentos momentâneos, que devem retornar à carteira do fundo em um momento oportuno.
“Todos esses movimentos foram alinhados com a tese de investimentos do fundo e pensados para, além de cumprir a agenda de integralizações, trazer uma rentabilidade adicional aos cotistas”, pontuou.
Assim, em um semestre no qual não se realizaram novas ofertas, “o time de gestão focou se aproximar ainda mais das operações em carteira e materializar movimentos que pudessem, sem aumento de capital, seguirem sendo capazes de aproveitar os ciclos de mercado, sem abrir mão de sua carteira diversificada”, disse a gestora.
Alguns indicadores importantes
Em virtude da dinâmica de alocação e pela não realização de novas ofertas, a concentração por segmento da carteira pouco se alterou desde a última publicação, sem entrada e saída de setores da carteira do fundo, disse a Suno Asset.
Sendo assim, o setor ‘incorporação’ segue sendo a principal exposição da carteira do Suno Recebíveis (52,1%), o que, na visão dos gestores, “é uma característica completamente natural, dada a natureza do veículo”.
Vale ressaltar que a grande maioria das operações do SNCI estão localizadas no Sul (18,9%) e Sudeste (58,0%) do País, e não houve grande modificação dessa estrutura ao longo do último semestre.
“Entendemos que essa concentração seja natural, uma vez que o Centro-Sul são as regiões mais desenvolvidas economicamente no território brasileiro. Apesar disso, ressaltamos que o SNCI possui ativos extremamente pulverizados que possuem exposição em todos os estados do país e no distrito federal, é o caso dos CRIs Wimo e Wimo IV”, ressaltou a Suno Asset.
O portfólio do SNCI11 finalizou a metade de 2023 com uma taxa all in de 14,10%, valor superior ao apresentado no prospecto do fundo (10,14%). “Ressaltamos que, desde o seu IPO, o fundo rentabilizou cerca de 26% em pouco mais de 18 meses e bateu o seu benchmark (IPCA +7%) além dos índices IFIX, CDI e IMA B”, disse o time de gestão.
Quer saber mais detalhes sobre o relatório de risco do primeiro semestre de 2023 do SNCI11? Clique aqui.