O Fiagro da Suno Asset, SNAG11, passará a contar com informações da Serasa Experian em seus novos relatórios gerenciais. Segundo Marcelo Pimenta, Head de agronegócios da Serasa, o acordo comercial é inédito no mercado e possibilitará analisar a capacidade dos produtores e impacto socioambiental decorrente da produção agrícola.
Em live para o canal do Tiago Reis, CEO da Suno, o executivo da Serasa afirmou que a empresa, nos últimos cinco anos, vem se dedicando em estudar o acesso de crédito aos produtores rurais e fornecer ao investidor mais segurança na tomada de decisões. “Decidimos criar uma unidade de negócio começando pelo Brasil em cima do agronegócio e nesse caminho adquirimos duas empresas”, diz Pimenta.
Parte dessa estratégia de expansão da Serasa foi criar uma unidade de análise de risco. “Quando a gente fala de risco do agronegócio não é só a capacidade de pagamento, mas a dimensão da produção”, ressalta Pimenta. Neste contexto, a unidade propõe, embargando todos os dados já existentes da Serasa, analisar o comportamento do produtor nos últimos anos.
O desafio é prever as variadas dimensões de riscos que são causadas pela mudança climática e os eventuais problemas de infraestrutura. “A gente conseguiu avaliar como aquele produtor se comporta em momentos de seca ou cheia. Se no histórico, ele tinha outros meios ou negócios, como mantém os pagamentos em caso de problemas na produção”, explica Pimenta.
Dessas dores, surgiu o Agro Score e o Score ESG Agro, soluções desenvolvidas pela Serasa que projetam os riscos sob uma perspectiva de sustentabilidade, nível de endividamento e comportamento do produtor. O score é atualizado mensalmente.
“O agro também tem uma dimensão do ESG – sendo assim, o financiador precisa ter a garantia de que aquele produtor cumpre a legislação socioambiental. Se a produção for vinculada a um problema socioambiental, aquele produtor pode ter problema de caixa”, comenta Pimenta.
O executivo também diz que a Serasa faz modelos de estresse, combinando situações para estimar como seria a inadimplência nestes cenários de empresas.
Para Reis, a solução ajuda a tangibilizar ao investidor o conceito de risco. “É difícil muitas vezes o investidor entender o que é risco. O yield se sabe o que é, esse fundo pagou mais, porém é arriscado, o difícil é entender o motivo desse risco”.
Outro ponto destacado é a transparência, passando a oferecer aos cotistas do SNAG11 uma análise muito mais completa, didática e profunda sobre a saúde financeira e ESG de devedores finais do fundo, esmiuçando não apenas os perfis desses credores.
SNAG11: quais são os benefícios com a solução da Serasa?
A novidade do fundo SNAG11 chega em meio ao aumento dos problemas de operação de crédito observados em outros ativos, como atrasos, riscos de inadimplência e de ESG.
A iniciativa busca aumentar o “leque” de informações importantes sobre os investimentos do Suno Agro. Segundo o diretor de agronegócios do Grupo Suno, Octaciano Neto, apesar de os relatórios gerenciais divulgados pelas gestoras já contarem com informações importantes em relação aos seus produtos, o mercado de capitais tem o papel de aumentar esse nível de comunicação.
“Em um momento em que há muitas dúvidas sobre os Fiagros e falta transparência, a Suno vai na contramão do mercado, ao encabeçar um movimento em prol dos verdadeiros donos dos fundos: os cotistas. Com isso, esperamos que outras gestoras se inspirem e passem a compartilhar cada vez mais informações com seus investidores”, diz Neto.
Já Amanda Coura, Managing Director na Suno Asset, destaca que as informações adicionais da Serasa Experian vão auxiliar o investidor na tomada de decisão, assim como colaborar para o aumento da transparência do Fiagro da Suno.
Assim, o Fiagro SNAG11 se torna o primeiro da categoria a ter informações da Serasa Experian, embora outros ativos da Suno Asset, como os FIIs SNCI11 e SNEL11, contam com relatórios de acompanhamento divulgados todo mês.
Detalhes sobre o SNAG11
O SNAG11 é um Fiagro de gestão ativa, cujo preço das cotas está em torno de R$ 10,00. Ele é um fundo de condomínio fechado e prazo indeterminado, contando com uma taxa de administração de 0,91% ao ano e uma taxa de gestão de 0,8%.
Com um total de 69 mil investidores, o SNAG11 é o primeiro Fiagro híbrido do Brasil. Segundo o portal Status Invest, seu valor de mercado está na casa dos R$ 454,359 milhões, aproximado de seu patrimônio líquido, que é de R$ 457,165 milhões.