Em menos de três anos, o mercado de Fiagros disparou, movimentando mais de R$ 30 bilhões e proporcionando aos investidores a oportunidade de obter retornos atraentes. Embora alguns ativos da indústria tenham registrado casos recentes de inadimplência, a maioria dos devedores dos fundos continuam adimplentes, graças à gestão eficaz. Por exemplo, o SNAG11 foca na diversificação e em uma carteira que oferece mais estabilidade aos cotistas, com uma visão de longo prazo.
“Decidimos entrar no agronegócio com um produto sólido e de baixo risco. Foi exatamente por isso que destaquei a importância do segmento agro, que está se aproximando cada vez mais do mercado de capitais. No entanto, o mercado de capitais ainda precisa aprender muito sobre os riscos e as peculiaridades deste setor”, afirma Amanda Coura, Managing Director da Suno Asset ao canal Funds Explorer no Youtube.
Neste contexto, o fundo foca em operações robustas e diversificação. Atualmente, o SNAG11 possui 250 devedores finais, tornando-o altamente diversificado. Segundo Coura, todas as operações do SNAG11 foram originadas do zero pela Suno Asset, com características desenhadas pela própria gestora.
“Negociamos diretamente com cada parceiro para definir a estrutura das dívidas, prazos e taxas de juros. Buscamos robustez através de parcerias e na estruturação das operações. Essas são exclusivas do SNAG, não encontrando esse tipo de risco cruzado em nenhum outro Fiagro”, comenta Coura.
Quais são as estratégias do SNAG11?
O SNAG11, diz Coura, é um fundo que corre menos risco, com ênfase na diversificação, evitando qualquer concentração excessiva em um único devedor final. Além disso, diversificação do veículo não apenas em volume de exposição por devedor, mas também o tipo de ativo.
“Inicialmente, focamos majoritariamente em dívidas do setor agro, mas, desde o início do fundo, também adquirimos dois imóveis rurais — galpões de armazenagem de soja —, incorporando assim um componente de ativo físico ao fundo”, diz a gestora.
Até 85% do patrimônio do SNAG11 está em CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), que são dívidas de renda fixa. “Além disso, temos uma exposição em imóveis, com 11% do patrimônio, e aproximadamente 4% em FDIC (Fundo Garantidor de Créditos)”, acrescenta.
Dentro do SNAG11, existem investimentos no setor lácteo, no setor de café e a maioria dos devedores, cerca de 240, espalhados pelo Brasil, atuam em diversas áreas, como culturas variadas, serviços e fertilizantes, operando de forma abrangente na cadeia do agronegócio.
“Todos os devedores, que renovamos anualmente, pagam pontualmente, garantindo uma renovação com 100% de adimplência. Além disso, os demais devedores finais também têm boa saúde financeira, o que garante o pagamento regular de suas operações”, conclui Coura.
Com isso, o SNAG11 busca ser um fundo que mantenha a estabilidade, sem surpresas negativas, com uma escolha adequada para a carteira previdenciária de longo prazo do investidor.
Futuro dos dividendos do fundo
Desde meados de novembro de 2023 os proventos do fundo são mantidos em R$ 0,11 por cota, pouco abaixo dos R$ 0,12 por cota pago em alguns meses anteriores.
Amanda Coura, contudo, explica que o SNAG11 está atrelado ao CDI, e a Selic vem caindo, então é natural que o rendimento nominal caia – algo que ocorre com toda a indústria de Fiagro e também com outros fundos alocados em dívidas atreladas ao CDI.
“A questão é que proporcionalmente o fundo tem rendido cada faz mais comparado ao CDI, por ter uma parcela fixa de juros na casa dos 3,5%”, explica.
“Nossa expectativa é de que a Selic siga caindo, e o SNAG11 continua rendendo CDI+3,5%, e, por mais que tenha uma queda nominal, segue rendendo mais em termos proporcionais”, diz.