O Fiagro SNAG11 encerrou o pregão desta quarta-feira (15) em sua cotação máxima do dia, a R$ 10,11 por cota. O fechamento ocorre em sessão na B3 que coincide com a “data com” definida pela gestora, a Suno Asset, para poder receber o pagamento de dividendos, neste mês a R$ 0,105 por cota.
Quem adquiriu cotas até esta quarta verá um rendimento de 1,03% em até nove dias. Os dividendos do SNAG11 serão pagos na sexta-feira da próxima semana, dia 24.
A alta do SNAG11 foi de 0,70% em relação à véspera, quando encerrou cotado a R$ 10,04.
Segundo a B3, o Fiagro SNAG11 teve 286.451 cotas negociadas ao longo do dia, com volume financeiro de R$ 2,878 milhões. Em abril, o volume financeiro médio diário foi de R$ 1,582 milhão.
Os proventos do SNAG11 foram anunciados pela Suno Asset na sexta-feira (10). O dividend yield anualizado foi de 13,28%. O valor é isento de imposto de renda para pessoas físicas, seguindo requisitos da atual legislação.
Conforme dados da Suno Asset, o Fiagro da Suno registrou 89,7 mil cotistas ao fim de abril deste ano.
Com eventuais exceções do SNAG11, os dividendos dos fundos da Suno são tradicionalmente anunciados nos dias 15 de cada mês e pagos no dia 25.
Quando alguma dessas duas datas não é um dia útil (feriado e fins de semana), o pagamento ou a divulgação é antecipada para o dia útil anterior.
Dividendos do SNAG11
- Dividendos: R$ 0,105 por cota
- Data com: 15/05/2024
- Data de pagamento: 24/05/2024
- Período de referência: Abril
- Dividend Yield anualizado: 13,28%
- Dividend Yield do pagamento: 1,04%
SNAG11: Fiagro é ‘agulha no palheiro’ da indústria
Em meio a um começo de ano relativamente turbulento para alguns fundos e ativos vinculados ao agronegócio – em função de eventos de crédito pontuais -, o SNAG11 segue com 100% de inadimplência e sem nenhum evento de crédito, característica que o torna um dos mais competitivos da indústria e faz com que se sobressaia perante vários pares.
O segredo para o fundo ser essa ‘agulha no palheiro’ dentro da indústria, segundo Amanda Coura, Managing Director da Suno Asset, é evidenciada pelo processo de investimento do SNAG11.
“Somos uma casa de análise, então analisamos com cuidado todos os casos que gostamos de trazer para dentro da carteira, e nós estruturamos as operações do zero. O SNAG11 tem 100% das dívidas feita por nós. Sentamos com o parceiro de negócio, entendemos as dores e desenhamos dívidas que fazem sentido para o balanço dele”, explica.
Sendo o maior fundo da casa, com mais de 80 mil investidores, o fundo tem um ‘processo de alfaiataria’ e demora de 6 a 8 meses para estruturar suas operações.
Ou seja, a Suno Asset opta por ter uma análise mais minuciosa e mais detalhada, porém mais demorada, para correr menos risco.
Coura aponta que a decisão é para entender “precisamente se aquela dívida faz sentido”. Isso inclui avaliar se business vinculado é resiliente e se as finanças da companhia são saudáveis. Para isso, a casa utiliza a metodologia do Serasa em suas análises.
Outro ponto que torna o Fiagro da Suno um ativo singular é a relação risco retorno, dada a linearidade dos dividendos do SNAG11 atrelados a uma cota que possui consideravelmente menos volatilidade do que a média da indústria.
“Nós batemos nessa tecla nos relatórios gerenciais porque é algo mais difícil de o investidor pessoa física olhar e interpretar. Falamos para nunca olhar um rendimento isolado, sempre comparar com os demais rendimentos e olhar o que está acontecendo com o mercado”, comenta Coura.
“Se olhamos desde o começo do SNAG11, os rendimentos são bem lineares. Óbvio que tem correções, com um evento de Selic em queda, mas se você pega o início do fundo em agosto de 2022 até agora, é possível enxergar uma constância de distribuição de dividendos“, completa.
Nesse aspecto, quando se olha a trajetória da indústria, diversos fundos tiveram altas expressivas no começo de 2023, mas sangraram com eventos de crédito, ao passo que a cota do SNAG11 se manteve quatro vezes mais estável do que a média.
“Quando olhamos essa relação risco-retorno, vemos que o fundo ganha do CDI, do IPCA e dos seus pares também. O risco controlado é refletido em um retorno constante e crescente, conseguimos nos sobressair”, explica a Manging Director da Suno Asset.
Novos ativos na carteira do Fiagro
Sobre suas alocações recentes – que incluem o CRA Leitíssimo e o CRA Ruiz -, Coura pontua que novamente foram operações que levaram tempo (cerca de 8 meses) mas isso foi benéfico, dada a saúde dos ativos.
“Começamos a expandir parceiro de negócios, e no fim de 2023 fizemos um follow-on de R$ 200 milhões e encontramos dois parceiros novos, o CRA Ruiz, que é de café, e o CRA Leitíssimo”, explica.
“Alocamos R$ 40 milhões, representando menos de 10% do nosso portfólio, e é uma operação que paga CDI+5%, e está super saudável. O balanço da companhia está muito saudável”, acrescenta.
O SNAG11 conta com um patrimônio de cerca de R$ 504 milhões, alocado em sete diferentes investimentos, que financiam produção de vários setores do agronegócio, como soja, café e laticínios.
Futuro dos dividendos do SNAG11
Desde meados de novembro de 2023 os proventos do fundo são mantidos em R$ 0,11 por cota, pouco abaixo dos R$ 0,12 por cota pago em alguns meses anteriores.
Amanda Coura, contudo, explica que o SNAG11 está atrelado ao CDI, e a Selic vem caindo, então é natural que o rendimento nominal caia – algo que ocorre com toda a indústria de Fiagro e também outros fundos alocados em dívidas atreladas ao CDI.
“A questão é que proporcionalmente o fundo tem rendido cada faz mais comparado ao CDI, por ter uma parcela fixa de juros na casa dos 3,5%”, explica.
“Nossa expectativa é de que a Selic siga caindo, e o SNAG11 continua rendendo CDI+3,5%, e, por mais que tenha uma queda nominal, segue rendendo mais em termos proporcionais”, conclui.