O Ibovespa fechou março com uma queda de 29,9%, em seu pior mês desde agosto de 1998. As bolsas de todo o mundo vem sofrendo fortemente devido ao impacto econômico e financeiro da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Com as small caps não foi diferente.
No entanto, algumas small caps conseguiram reverter as perdas durante o mês e encerraram março em alta. Mesmo em meio às previsões de recessão da economia brasileira, alguns ativos se mostraram resilientes ao mercado neste curto prazo.
O SMAL11, ETF que replica a carteira teórica de small caps do mercado, caiu 37,48% em março. Em contraponto ao índice, seguindo seus critérios metodológicos, confira quais foram as quatro ações que melhor desempenharam desde o primeiro dia do mês, salientando que esta matéria não é uma recomendação de investimento.
Hermes Pardini
A Hermes Pardini (PARD3) é uma companhia do setor de saúde, que atua especificamente com diagnósticos, criada em 1959 em Minas Gerais. De acordo com a empresa, que está em meio a um planejamento de forte expansão, são atendidos cerca de 6 mil clientes em 1,9 mil cidades brasileiras no canal de coleta Lab-to-Lab.
Em razão da incerteza causada pelo coronavírus, na última segunda-feira (30), a companhia revelou por meio de um comunicado ao mercado que adiará o pagamento de juros sob capital próprio (JCP). Os proventos, que seriam pagos no dia 15 de abril, serão creditados aos acionistas da empresa no dia 30 de setembro. O valor total a ser distribuído é de R$ 9,29 milhões.
Além disso, o Grupo Pardini está colaborando com estudos que procuram a cura para o vírus. O teste desenvolvido pela área de Pesquisa & Desenvolvimento da empresa, através da metodologia PCR em Tempo Real, atingiu a eficiência de 99%.
“O teste para detecção do coronavírus já está disponível pelo Grupo Pardini e vai atender a demanda de hospitais de todos os estados do Brasil que estão preparados para receber possíveis casos suspeitos da doença”, informa a empresa.
A Hermes Pardini encerrou março com uma alta de 6,19%, cotada a R$ 19,22. Nos últimos 12 meses, a companhia apresentou uma desvalorização de 8,62%. O preço das ações da empresa, entretanto, está abaixo do definido em sua oferta pública inicial de ações (IPO), em fevereiro de 2017.
Metalúrgica Gerdau
A Gerdau S.A. (GOAU4), também chamada de Grupo Gerdau, foi fundada em 1901. É líder no segmento de aços longos e uma das principais fornecedoras de aços longos especiais do mundo. Possui operações industriais em 11 países – nas Américas, na Europa e na Ásia –, as quais somam uma capacidade instalada superior a 25 milhões de toneladas de aço bruto por ano.
A companhia anunciou, por meio de um fato relevante, que, devido ao avanço do coronavírus, todas as operações no Peru e na Argentina foram totalmente paralisadas, seguindo as orientações dos respectivos governos centrais.
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Nos Estados Unidos, as operações industriais de Aços Especiais encontram-se suspensas, em razão da desaceleração do setor automotivo. Além disso, a companhia ressalta que as iniciativas de Capex de 2020 estão sendo “cuidadosamente postergadas globalmente”.
No entanto, a Gerdau informa que, em 31 de dezembro do ano passado, possui uma posição de caixa de R$ 6,3 bilhões, sendo 52% em dólares, além da disponibilidade de linhas de crédito compromissadas de R$ 4 bilhões, o que “permite que a companhia esteja preparada para esse momento de volatilidade”.
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As ações da Gerdau, ainda considerada uma das small caps do mercado, encerraram o mês passado com uma valorização de 4,22%, sendo cotadas a R$ 4,29. Nos últimos 12 meses, os papéis ordinários da empresa reportaram um retorno negativo em 39,28%.
Odontoprev
A Odontoprev (ODPV3), criada em 1987, realizou seu IPO em 2006 na então BM&FBovespa, e hoje é listada no Novo Mercado da B3. A companhia é líder em planos odontológicos na América Latina, e maior operadora do setor de saúde do Brasil em número de beneficiários, com mais de 7 milhões de clientes.
Em 2013, a Odontoprev assinou com o BB Seguros Participações S.A. e BB Corretora de Seguros Administradora de Bens S.A., ligados ao Banco do Brasil (BBAS3), criando a Brasildental Operadora de Planos Odontológicos S.A.
Em uma das principais alterações recentes em seu quadro diretivo, no dia 11 de março o diretor financeiro da companhia, Luis André Carpintero Blanco, renunciou ao seu cargo por meio de um fato relevante ao mercado. Ele permaneceu no cargo por cerca de três meses e meio.
Em 2019, a companhia apresentou um lucro líquido de R$ 285 milhões, com uma margem líquida de 17,9%. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) acumulado do ano passado foi de R$ 418 milhões, com uma margem Ebitda de 23,3%.
No acumulado dos últimos 12 meses, as ações da Odontoprev reportaram um retorno negativo de 9,69%, com um valor mínimo de R$ 13 e valor máximo de R$ 18,39 neste período. A companhia encerrou março com uma alta de 4,20%, sendo negociada a R$ 14,64.
Usiminas
A Usiminas (USIM5) iniciou suas operações 1962 e, deste então, construiu um dos maiores grupos siderúrgicos brasileiros com atuação em diversos segmentos da cadeia de valor do aço. A companhia era estatal e foi privatizada em 1991, durante o governo do presidente Fernando Collor de Mello. A companhia está listada na B3 e na bolsa de valores de Madri (Latibex).
Embora a companhia tenha informado que ainda não observou um impacto significativo nas suas atividades, em combate aos efeitos do coronavírus na economia, a Usiminas anunciou, por meio de um comunicado ao mercado, que decidiu conceder férias coletivas para 29,6% da sua operação efetiva.
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Além disso, a produção das unidades localizadas em Porto Alegre, Guarulhos, Betim, Taubaté e Ipatinga, será consequentemente reduzida para se adequar à demanda do mercado. Ademais, a companhia divulgou que todos os empregados, cujas atividades são compatíveis, estão em regime de home office.
A empresa registrou um lucro líquido de R$ 268 milhões no quarto trimestre do ano passado. Esse valor representa uma queda de 33% em comparação com o quarto trimestre de 2018, de R$ 829 milhões. A receita líquida ficou em R$ 575 milhões uma alta de 3,6% em comparação com o período de julho a setembro.
Uma das únicas small caps que apresentaram valorização no mês de março, as ações da Usiminas terminaram um dos piores meses da história do mercado acionário brasileiro com uma alta de 2,30%, negociadas a R$ R$ 4,89.
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