No acumulado do mês de março, as Small Caps tiveram uma variação média de 8,8% – sendo alta do SMLL, a segunda maior dos índices de renda variável. Na contramão, ações do índice chegaram a cair acima de 30% – como foi o caso da Tenda (TEND3).
Em grande medida, os drivers das baixas foram os balanços. No caso da Tenda, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 268,5 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), revertendo o lucro de R$ 72 milhões do 4T20.
Para a Guide, diferentemente do que foi apresentado na prévia operacional, o resultado do 4T21 da Tenda “não foi neutro e muito menos sem surpresas”. A corretora viu o balanço como negativo e o mercado também.
Em relatório, a XP destacou no título que a construtora teve “outro trimestre para esquecer”.
Após os resultados do 4T21 da Tenda, a Genial reiterou sua recomendação neutra para a empresa, com preço alvo de R$ 17,00. Com o fechamento de ontem (R$ 12,25) como referencial, o potencial de valorização das ações TEND3 visto pela corretora é de 38,78%.
Já a XP tem recomendação de compra para as ações da Tenda, com preço-alvo de R$ 38,00 – mais que o triplo da avaliação dos papéis no fechamento de ontem.
Além disso, outras companhias tiveram baixas expressivas no mês.
Veja as cinco maiores quedas das Small Caps:
- Tenda (TEND3): -30,7%
- Oceanpact (OPCT3): -25,7%
- Sequioa Logística (SEQL3): -17,2%
- Paguemenos (PGMN3): -11,4%
- Jalles Machado (JALL3): -10,7%
No caso da OceanPact, da mesma forma, a companhia teve quedas após seus resultados, despencando 15% em um só pregão.
Alguns especialistas, contudo, vem bons números apesar do prejuízo de R$ 14,5 milhões, que representa alta de 145%.
Para o Itaú BBA, a OceanPact surpreendeu positivamente, ao apresentar um Ebitda ajustado de R$ 74 milhões, acima das estimativas do BBA de R$ 58 milhões.
Além disso, também superou seu guidance 2021, com R$ 194 milhões no indicador.
A Sequoia, na mesma toada, sangrou após a divulgação do seu resultado financeiro. A empresa teve um lucro líquido ajustado de R$ 20,7 milhões no 4T21, queda de 32%.
Apesar disso, o anualizado da empresa mostrou lucro de R$ 51,7 milhões, alta de 12%.
A PagueMenos sofre com piora do cenário de varejo, já que o cenário de juros e inflação tem deteriorado o setor.
Em relatório recente, o BB Investimentos cortou o preço-alvo das ações da companhia de R$ 16,90 para R$ 13 vendo os problemas macroecnômicos.
“No momento, entendemos que o potencial de valorização do papel está atrelado à capacidade da companhia de demonstrar, ao longo dos próximos trimestres, ganho de participação de mercado, além da conclusão da transação com a Extrafarma”, diz o relatório do banco de investimento.
Small Caps só perdem para pagadoras de dividendos em março
Em um mês de grande fluxo de capital estrangeiro em busca de gigantes da bolsa – majoritariamente atreladas às commodities – os ativos que são bons pagadores de dividendos foram os que tiveram maior rentabilidade e desempenharam melhor, sendo o IDIV o único índice a desempenhar acima do SMLL no acumulado de março.
No acumulado mensal, o IDIV, Índice de Dividendos, teve alta de 10%.
Além disso, o índice de dividendos também performou em primeiro lugar do ranking das aplicações do primeiro trimestre, com alta de 15,48% na janela.
Veja abaixo o ranking de março:
- IDIV: +10%
- SMLL: +8,81%
- ISE: +7,48%
- Ibovespa: +6%
- ICON: +5,74%
- IMOB: +5,72%
- IbrX50: +5,42%
- IMA-B 5: +3,56%
- IMA-B: +3,07%
- IMA-B 5: +2,61%
Diferente do IDIV e do SMLL, índice de Small Caps, as piores performances, de queda, ficam com os ativos os que tinham algum vínculo com o câmbio, já que no período o pior desempenho ficou por conta dos fundos multimercado de investimento no Exterior, que tiveram queda de 0,06%.