O mês de fevereiro foi de grande volatilidade na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). O coronavírus (Covid-19) chegou ao Brasil e, após a abertura do mercado depois do feriado do carnaval, caiu mais de 7%, atingindo desde blue chips até small caps.
A última vez que houve uma desvalorização deste patamar em apenas um pregão foi em 17 de maio de 2017, dia que ficou conhecido como “Joesley Day”. No entanto, no acumulado mensal, algumas small caps fecharam fevereiro de forma positiva.
O SMAL11, ETF que replica a carteira teórica de small caps do mercado, caiu 10,62% em fevereiro. Em contraponto ao índice, seguindo seus critérios metodológicos, confira quais foram as quatro ações que melhor desempenharam desde o primeiro dia do mês, salientando que esta matéria não é uma recomendação de investimento.
Centauro
A história da Centauro (CNTO3) começou em 1981 em Belo Horizonte, Minas Gerais. Possui 192 distribuídas em 97 cidades, presente em 23 estados, mais o Distrito Federal.
A companhia “é a maior varejista de produtos esportivos da América Latina e possui o maior Brand Awareness entre as companhias de varejo esportivo no Brasil”.
No terceiro trimestre de 2019, a empresa apresentou um lucro líquido de R$ 46,8 milhões, alta de 21,8% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 80,6 milhões, equivalente a uma queda de 1,8% frente ao terceiro trimestre de 2018. Ambos os resultados não consideram o efeito IFRS 16.
O valor de mercado da Centauro é de R$ 9,16 bilhões. Nos últimos 12 meses, as ações da empresa apresentaram uma valorização de cerca de 290%. Os papéis ordinários da companhia, na última sexta-feira (28), fecharam o pregão na B3 a R$ 43,59, terminando fevereiro com uma alta de 9,8%.
Marfrig
A Marfrig Global Foods (MRFG3) é uma multinacional brasileira que opera no setor alimentício. É a segunda maior produtora de carne bovina do mundo. A companhia possui escritórios na América do Sul, América do Norte e Ásia. Em sua operação, a Marfrig detém 36 unidades de processamento, sendo 24 unitárias, além de 10 centros de distribuição.
Em novembro de 2018, a empresa concluiu a venda da Keystone Foods, em linha com o seu objetivo de reduzir sua alavancagem financeira. Com isso, segundo a companhia, a empresa tornou-se mais simples, focada e com estrutura de capital adequada ao setor.
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A empresa destaca que, em 2019, consolidou a posição de líder na produção de hambúrgueres em todo o mundo.
O valor de mercado da empresa é de R$ 8,58 bilhões. Em todo o ano passado, as ações da empresa apresentaram uma valorização de 82,42%. Os papéis ordinários da companhia, na última sexta-feira, terminaram o pregão a R$ 12,07, fechando fevereiro com uma alta de 7,58%.
Duratex
A Duratex (DTEX3), fundada em 1951, é uma empresa que atua nos segmentos de madeira, deca e revestimentos cerâmicos. Possui 6 unidades florestais e 16 unidades no País, além de 3 fabricas na Colômbia. 40% de suas ações estão em posse da Itaúsa (ITSA4), 20% são do Grupo Ligna, e 20% estão em free float na B3.
No acumulado de 2019, a empresa teve um Ebitda ajustado e recorrente de R$ 908,9 milhões, uma alta de 7,1% em relação ao resultado do ano anterior.
No ano, a geração de caixa da companhia foi de R$ 459,7 milhões, 181% maior do que o reportado em 2018. Esse montante, no entanto, exclui efeitos não recorrentes, como os recebimentos referentes às vendas de ativos florestais realizadas no período.
Atualmente, o valor de mercado da companhia é de R$ 12,03 bilhões. No acumulado do ano passado, as ações da empresa apresentaram uma valorização de 44,26%. Na última sexta-feira, as ações ordinárias da empresa fecharam o pregão a R$ 17,39, terminaram fevereiro com uma valorização de 7,35%.
M.Dias Branco
Criada em 1961, a M.Dias Branco (MDIA3) é uma companhia de alimentos que fabrica, comercializa e distribui biscoitos, massas, bolos e farinha de trigo, entre outros produtos, em todo o Brasil, com sede na cidade de Eusébio, Ceará.
No terceiro trimestre do ano passado, a empresa apresentou um lucro líquido de R$ 134,5 milhões, uma queda de 42,6% em comparação com o mesmo intervalo de 2018.
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De acordo com a M.Dias Branco, a retração do lucro se deu por conta de eventos não recorrentes, como “as receitas de créditos tributários extemporâneos líquidos de honorários advocatícios, revisão do quadro de colaboradores, implementação do novo modelo logístico e início da depreciação de novas linhas de produção”, entre outras razões.
O valor de mercado da empresa, que é uma das mais tradicionais small caps do mercado, é de R$ 13,89 bilhões. No acumulado de 2019, as ações da empresa apresentaram uma desvalorização de 10,86%. Os papéis ordinários da companhia, na última sexta-feira, terminaram o pregão a R$ 41, fechando fevereiro com uma alta de 5,67%.