Fevereiro foi um mês de forte volatilidade para os mercados financeiros globais. O mês começou de forma otimista, pautado pela recuperação econômica e vacinação em massa, mas os pregões subsequentes foram tomados por uma onda de cautela, sobretudo por conta de atritos políticos. Algumas small caps, inclusive, estiveram entre as maiores baixas da B3.
As small caps, por serem menos bem precificadas pelo mercado, em momentos de desconforto dos investidores sofreram com os dias de queda das Bolsas. Aspectos macroeconômicos também impactaram alguns papéis, como os ligados à construção civil.
Com base no SMAL11, ETF que replica a carteira teórica de small caps do mercado, de acordo com seus critérios metodológicos, veja quais foram os cinco papéis que mais desvalorizaram em fevereiro, reforçando que esta matéria não é uma recomendação de investimento.
As small caps que mais desvalorizaram em fevereiro
Wiz
Com a derrota na disputa pelas operações de seguros da Caixa Econômica Federal, haverá um impacto significativo no lucro líquido nos próximos anos, impacto abrandado pelo estoque de receitas de apólices já vendidas, afirmou o analista de small caps da SUNO Research, Rodrigo Weinberg.
Há dois anos, a Wiz (WIZS3) adquiriu uma participação de 40% no capital social da Inter Seguros, que encerrou o ano passado com crescimento de vendas de 471% contra 2019, o que deve compensar, ainda que parcialmente, a perda da parceria com a Caixa.
As ações da Wiz encerraram o mês de fevereiro despencando 19,12%, negociadas a R$ 6,26.
Mitre
Em sua prévia operacional, a Mitre (MTRE3) anunciou uma elevação dos lançamentos em 46% contra o quarto trimestre de 2019, totalizando R$ 463,74 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV).
No quarto trimestre, as Vendas Sobre Oferta (VSO), por sua vez, que mensura o percentual de vendas em relação às unidades ofertadas, foi de 46,9%. As vendas líquidas após comissões e distratos totalizaram R$ 283,32 milhões, alta de 34% na comparação anualizada.
Mesmo assim, os investidores se mostraram mais cautelosos com os papéis da empresa, perfazendo uma baixa de 21,79% nos papéis, que encerraram o mês negociados a R$ 12,67.
Lopes Brasil
A LPS Brasil (LPSB3), conhecida pela marca Lopes, foi fundada em 1935 por Francisco Lopes. A companhia presta serviços no ramo imobiliário na forma de corretagem e de consultoria financeira e de projetos.
Seguindo o mau momento para as empresas ligadas à construção civil e comercialização de imóveis no mês, os papéis da empresa tombaram 20,23% em fevereiro, atingindo uma cotação de R$ 3,51.
Ânima
Em 2020, a Ânima (ANIM3) viu sua base de alunos crescer de forma acelerada, fruto de crescimento orgânico, mas especialmente de aquisições, lembro Weinberg. A evasão permanece relativamente controlada (9,2% no 3T20 vs. 8,4% no 3T19), considerando o contexto da crise e os altos níveis de desemprego observados no País.
O setor educional, todavia, também mostrou seu um segmento frágil neste mês. As ações da empresa caíram 19,86%, para R$ 9,28.
Ser Educacional esteve entre os destaques negativos das small caps
A dificuldade foi compartilhada pela Ser Educacional (SEER3).
“Entendemos que as grandes empresas devem ganhar market share, por conta de escala e menores custos de capital. Ao contrário da Cogna (COGN3), que por seu tamanho foi impedida de realizar fusão com a YDUQS (YDUQ3), a Ser ainda tem espaço para se consolidar através de crescimento inorgânico”, comentou o analista.
No fim do ano passado, a companhia adquiriu a UNESC, aumentando sua exposição ao ensino superior de medicina, que apresenta as melhores margens, e menores taxas de evasão e inadimplência.
A Ser, que é uma das small caps mais relevantes do mercado, encerrou fevereiro com uma baixa de 16%, a R$ 12,29. O valor de mercado da empresa é de aproximadamente R$ 1,63 bilhão.
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