AES Brasil (AESB3) tomba 21% em abril e é a pior small caps no mês; confira as 5 maiores quedas

A Bolsa brasileira teve mais um mês positivo em abril. Pelo segunda vez consecutiva, o Ibovespa fechou o período de forma positiva, marcando semanas de ganhos para a maior parte das ações negociadas. Entretanto, algumas companhias, sobretudo small caps, não acompanharam o momento positivo.

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As small caps brasileiras que mais sofreram no mês tiveram tal desempenho por motivos diferentes. Contudo, como elas são empresas de menor capitalização de mercado e, consequentemente, de menor liquidez, a volatilidade geralmente também é forte. As incertezas do cenário brasileiro também fizeram com que os investidores dessas empresas ficassem receosos.

A economia brasileira ainda patina frente à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Além disso, a vacinação ainda está aquém do esperado, embora os resultados corporativos do primeiro trimestre deste ano estejam mostrando que as companhias têm conseguido lidar com a crise.

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O SMAL11, ETF que replica a carteira teórica de small caps do mercado, teve alta 4,38% no mês. Enquanto isso, o Ibovespa subiu 1,94%.

Reforçando que esta matéria não é uma recomendação de investimento, confira as cinco ações small caps que mais se desvalorizaram em abril, com base nos critérios de seleção do índice.

As piores small caps de abril

  • AES Brasil: -21,09%
  • Light: -15,13%
  • M. Dias Branco: -13,29%
  • Grupo SBF: -10,67%
  • Eneva: -12,16%

AES Brasil

Após um processo de reestruturação, a AES Tietê foi incorporada pela AES Brasil (AESB3). A nova empresa passou a ser negociada no Novo Mercado da B3 no início deste mês.

A antiga AES Tietê se tornou uma subsidiária integral da nova empresa. Desde então, os papéis da companhia têm se ajustado ao mercado, mas acabaram caindo mais de 21% em abril, sendo 7% apenas no último dia do mês. O papel sofreu fortes perdas nos últimos minutos de pregão quando tombou R$ 1,07, ou 7,3%.

Ainda neste mês, a empresa pagou R$ 0,0386 por debênture de segunda série da sexta emissão da AES Tietê. Foram pagos R$ 12,26 milhões.

No quarto trimestre do ano passado, a agora subsidiária teve um lucro líquido de R$ 606,2 milhões, avanço de 470,9% em comparação com o mesmo período de 2019. O ganho anual foi de 182,6%, atingindo R$ 848 milhões.

Light

A Light (LIGT3) também esteve entre os destaques negativos do mês. Em um dos movimentos mais importantes em abril, na última quinta-feira (29) a empresa disse que realizará uma movimentação de grupamento e desdobramento de sua ações.

A operação tem por objetivo reduzir custos administrativos e operacionais, além de melhorar a gestão de sua base acionária e reduzir erros de comunicação. Os acionistas com números fracionados terão de se movimentar ou correm risco de perder as ações, disse a companhia.

Além disso, a Light Serviços de Eletricidade, ou Sesa, subsidiária da empresa, emitirá R$ 850 milhões em debêntures. Elas serão emitidas com valor unitário de R$ 1 mil, em série única. A oferta ainda poderá ser acrescida em 20%.

As ações da Light, uma das principais small caps brasileiras, tombaram mais de 15% no mês passado.

M. Dias Branco

As ações da M. Dias Branco (MDIA3), líder nos mercados de biscoitos e massas no Brasil, no mês passado reagiram aos resultados da companhia, divulgados no último dia de março. No quarto trimestre do ano passado, a companhia interrompeu o ciclo de altas e registrou uma baixa em seu lucro, que foi de R$ 209 milhões.

A receita líquida subiu tímidos 0,4%. A variação é atribuída pela companhia ao aumento de 18,9% no preço médio dos produtos, que foi suficiente para compensar a queda de 15,5% do volume de vendas no período. “Observamos desaceleração do nosso crescimento, fruto do arrefecimento da demanda”, assumiu a empresa em comunicado.

A empresa também realizou pagamento de juros sobre o capital próprio. O valor líquido já descontado o imposto de renda na fonte de 15% foi de R$ 0,0425 por papel da companhia.

As ações da empresa caíram um pouco mais de 13% em abril. No ano, o retorno dos papéis da M. Dias Branco é negativo em quase 20%.

Grupo SBF

O controlador da Centauro, Grupo SBF (SBFG3), apresentou uma queda de 91% no lucro líquido no quarto trimestre do ano passado. O resultado divulgado no fim de março reforça o impacto da pandemia nas operações de varejo físico no Brasil.

Analistas interpretaram o resultado como negativo. Contudo, alguns avaliam as expectativas como positivas. A operação digital cresceu 63,2%, enquanto o GMV (Volume Bruto de Mercadoria) aumentou 72% na base anualizada, representando 28% das vendas totais.

Esse é um dos principais fatores para o otimismo com as ações. Entretanto, dias depois o BB Investimentos cortou o preço-alvo e alterou a recomendação para neutra. Para os analistas da instituição, o preço das ações da empresa estava rodando muito próximo do que eles consideravam justo após incorporarem os resultados do período entre dezembro e outubro do ano passado.

As ações do Grupo caíram mais de 10%, sendo uma das piores empresas da Bolsa no mês passado.

Eneva 

A elétrica teve um mês negativo em abril após a informação de que o BTG Pactual estaria deixando a empresa. A Eneva (ENEV3) surfava um movimento de alta no início de abril, até alcançar a máxima de R$ 18,37 no intraday do pregão de 12 de abril, acumulando variação positiva de 1,1% no mês. Ajudou a autorização do Cade para venda em termelétrica.

No dia seguinte, porém, o humor dos mercados mudou quando o Brazil Journal publicou notícia de que o BTG Pactual preparava sua saída parcial da empresa. Segundo a publicação, o banco possuía 22,89% da Eneva, correspondente a cerca de R$ 4,8 bilhões. A Eneva foi um destaque entre os investimentos do BTG, que entrou na companhia quando ela valia apenas R$ 2 bilhões e, recentemente, superou os R$ 20 bilhões de valor de mercado.

A movimentação do banco com vendas em bloco, conhecida pela expressão em inglês block trade, acabou pesando negativamente sobre a cotação da empresa. No mês, o papel EVEN3 cedeu 12% e terminou cotado a R$ 14,67.

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Jader Lazarini

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