Em maio, o Ibovespa, maior índice acionário da bolsa brasileira, fechou em alta de 8,57%. O forte desempenho vem em seguida da alta de abril, em recuperação do tombo protagonizado em março. Algumas small caps, no entanto, ainda parecem sofrer os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
As negociações com alta volatilidade no mercado são resultado das tensões políticas e fraco desempenho econômico do País. As small caps, nesse momento, podem mostrar-se mais arriscadas para os investidores, uma vez que possuem menor liquidez.
O SMAL11, ETF que replica a carteira teórica de small caps do mercado, subiu 4,67% em maio. Baseando-se no índice, de acordo com seus critérios metodológicos, confira quais foram as quatro ações que pior desempenharam desde o primeiro dia do mês, salientando que esta matéria não é uma recomendação de investimento.
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Smiles
A Smiles (SMLS3) foi criada em 1994 inicialmete como um programa de milhagem para fidelização de clientes da extinta companhia aérea Varig. Em 2007, passou a pertencer à Gol (GOLL4).
A segmentação do programa é composta por quatro categorias — Smiles, Prata, Ouro e Diamante — oferece benefícios diferenciados recompensando a escolha do viajante frequente pela Gol, e possui pouco mais de 16 milhões de participantes. A abertura de capital da empresa foi realizada em 2013, quando levantou R$ 1,13 bilhão com a oferta pública das ações.
Em julho de 2014, no entanto, a Companhia efetivou a redução de seu capital social em R$ 1 bilhão, por julgá-lo excessivo para o normal desenvolvimento de seus negócios.
A empresa apresentou um lucro líquido 68,3% menor no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, saindo de R$ 179,5 milhões para R$ 56,3 milhões. A receita líquida atingiu R$ 171,3 milhões no priimeiro trimestre de 2020 contra R$ 253,3 milhões no último trimestre do ano passado.
O especialista em renda variável da SUNO Research, Evandro Medeiros, afirma que “a Smiles, por ser codependente do setor aéreo, sofreu bastante com a crise. A plataforma de ecommerce apresentou crescimento de 66% na quantidade de pedidos, mas representa pouco da receita consolidada”.
No acumulado dos último ano, os papéis da apresentam um retorno negativo de 74,04%. A companhia fechou este mês com uma queda de 22,61%, sendo cotada a R$ 12,15.
Odontoprev
A Odontoprev (ODPV3), fundada em 1987, realizou sua abertura de capital em 2006 na então BM&FBovespa, e hoje é listada no Novo Mercado da B3 (B3SA3). A companhia é líder em planos odontológicos na América Latina, e a maior operadora do setor de saúde do Brasil em volume de beneficiários, com mais de 7 milhões de clientes.
Há sete anos, a empresa, que é uma das small caps do setor de saúde, assinou com o BB Seguros Participações S.A. e BB Corretora de Seguros Administradora de Bens S.A., ligados ao Banco do Brasil (BBAS3), criando a Brasildental Operadora de Planos Odontológicos S.A.
No final de março, o diretor financeiro da companhia, Luis André Carpintero Blanco, renunciou ao seu cargo por meio de um fato relevante ao mercado. Essa foi uma das principais alterações recentes no quadro diretivo da empresa.
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No primeiro trimestre deste ano, a companhia apresentou um lucro líquido de R$ 75,2 milhões, uma queda de 22,8% ante os R$ 97,4 milhões registrados no mesmo período de 2019. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa recuou 21,2%, para o patamar de R$ 111,5 milhões.
Entretanto, Medeiros salienta que “a OdontoPrev não teve impactos significativos da crise no primeiro trimestre deste ano. No entanto, é razoável estimar um eventual aumento da Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) e retração das receitas no médio prazo”.
“Destaque para o custo de serviços que cresceu 17,4% na comparação anualizada, por outro lado o management espera uma redução dos custos no segundo trimestre em virtude de um menor ritmo de solicitação de senhas por dentistas e um volume de consultas por beneficiários”, afirmou o especialista.
No acumulado dos últimos 12 meses, as ações da Odontoprev apresentam um retorno negativo de 14,50%. A companhia terminou maio com uma queda de 16,97%, sendo negociada a R$ 13,47.
Seer Educação
O Grupo Ser Educacional (SEER3), criado em 1993, foi constituído como uma empresa de cursos preparatórios para concursos, à época uma novidade em Recife. Naquele ano, o professor José Janguiê Diniz começou a investir na realização de congressos nacionais e internacionais na área jurídica.
Com o sucesso da marca, em 1999, o Complexo Educacional Bureau Jurídico passou a oferecer cursos pré-vestibulares específicos para o curso de Direito.
Criada em 2003, a Faculdade Maurício de Nassau, mantida pelo Complexo Educacional Bureau Jurídico, rapidamente se consolidou como uma instituição de ensino de destaque na região Norte e Nordeste do país, focando sua gestão no crescimento e ampliação de sua estrutura. O intuito era de viabilizar seu projeto de expansão para os principais municípios do Norte/Nordeste.
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Em 2010, o Grupo Universitário Maurício de Nassau iniciou o projeto de implementação da ISO 9001, procurando estruturar a Instituição para a certificação e, como consequência, alterou e redefiniu seus processos internos. Nesse ano, o nome da companhia foi mudado para Grupo Ser Educacional S.A.
A empresa, que teve seu capital aberto na bolsa de valores brasileira em 2013, encerrou maio com uma desvalorização de 12,66%, com suas ações sendo negociadas a R$ 14,56.
Embraer
Fundada em agosto de 1969, a Embraer (EMBR3) nasceu como uma companhia de capital misto, com uma capitalização inicial do Estado, que operaria no setor de aviação civil. Nos anos 1980, foram introduzidas novas aeronaves ao portfólio da empresa, visando os mercados da aviação comercial e de Defesa.
Em 1994, após um período de reestruturação devido à crise financeira, foi privatizada. Entre 2002 e 2007, a companhia elevou sua participação pelo mundo, assumindo o controle da OGMA em Portugal. Nos anos 2010, a Embraer anunciou o programa E2, visando o desenvolvimento dos jatos comerciais de até 150 assentos mais silenciosos e eficientes do planeta.
Recentemente, a Embraer e a Boeing (NYSE: BA) chegaram a negociar uma fusão, porém, sem um desfecho positivo por desistência da aérea norte-americana.
“A Embraer tem tido dificuldade em gerar valor ao longo dos anos, e foi severamente afetada pela pandemia que deixou o setor de aviação extremamente combalido, reduzindo a demanda pelos aviões da companhia. Com o cancelamento da fusão com a Boeing, no final de abril, os papéis reagiram mal no mês de maio”, disse Medeiros.
A Embraer, que ainda pode ser considerada uma das small caps, irá divulgar seus resultados do primeiro trimestre deste ano na próxima segunda-feira (1). Atualmente, suas ações estão cotadas a R$ 7,25, após uma queda de 11,26% em maio.