“Certamente haverá mais demissões”, alerta especialista após crise no Silicon Valley Bank
A crise no Silicon Valley Bank colocou os agentes econômicos em estado de alerta nos últimos dias, principalmente no mundo das startups. Na visão de Amure Pinho, fundador do Investidores.vc, “certamente haverá mais demissões” nas empresas norte-americanas após a falência do banco voltado para negócios de tecnologia.
“Ao analisar de forma macro, certamente haverá mais demissões, colocando em cheque o mercado americano em 2023, mas não necessariamente expondo ainda mais o Brasil. Pelo contrário, isto mostrará a força das nossas instituições bancárias, a exemplo do recente rombo das Americanas, que não interferiu em quase nada o sistema bancário e fiscal brasileiro”, tranquiliza o mentor.
Para Pinho, agora não é hora das startups entrarem em pânico: “A maioria esmagadora das nossas startups não usam o Silicon Valley Bank como principal banco, e muitas delas já estavam conscientes e atentas à esta crise e, por isso, usaram soluções brasileiras para trazer a maior parte desse capital”.
Nesse sentido, eu não vejo um grande problema para as startups neste momento diante dessa baixa exposição.
“Mas, claro que inevitavelmente algumas dezenas de startups e fundos ficarão com o dinheiro retido. Certamente, esse valor será pago ao longo do tempo, porém ainda existe uma possibilidade do governo americano realizar uma intervenção, apoiando bancos para comprar o Silicon Valley Bank”, complementou o especialista ao alertar para a importância das empresas diversificarem seus recursos em diferentes instituições bancárias.
Silicon Valley Bank é negociado na B3; entenda
O Silicon Valley Bank (SVB), banco norte-americano que teve sua falência decretada pelas autoridades dos Estados Unidos na semana passada, é negociado na Bolsa brasileira por meio da BDR S1IV34. Contudo, segundo informações divulgadas nesta segunda (13), o papel movimentou menos de R$ 500 mil ao longo deste ano.
De acordo com um levantamento feito pela Quantum Finance, até a última sexta (10), as BDRs do Silicon Valley Bank foram negociadas 218 vezes desde o início do ano. Essa movimentação foi equivalente ao volume financeiro de R$ 459.234,29. Somente entre a última quarta (8) e sexta, os ativos desabaram 65,6%.
De janeiro até 10 de março, os papéis de um dos principais bancos financiadores de startups nos Estados Unidos apresentaram uma queda de 61,03%. Nesse mesmo período, o Ibovespa recuou 5,57%.
Silicon Valley Bank: Entenda a crise no banco de startups
Na última sexta (10), as autoridades norte-americanas anunciaram o encerramento das atividades do Silicon Valleu Bank (SVB). O banco era um dos principais financiadores de startups e a sua falência torna-se a segunda maior da história do setor bancário dos Estados Unidos.
Com o aumento dos juros no país norte-americano, as empresas que eram clientes do SVB começaram a retirar dinheiro do banco de uma forma mais rápida do que a esperada pela instituição. Assim, além da queda do caixa, os novos investimentos na instituição foram sendo reduzidos ao longo dos últimos meses.
Nos últimos dias, o banco anunciou que venderia US$ 2,25 bilhões em novas ações, a “gota d’água” para os clientes intensificarem a retirada dos recursos. Greg Becker, presidente do SVB, pediu na quinta (9) para os clientes manterem a calma.
Porém, isso não ocorreu e as ações despencaram 60%. De acordo com a Bloomberg, o Silicon Valley Bank perdeu quase US$ 10 bilhões em patrimônio neste movimento. Na sexta, as autoridades norte-americanas oficializaram a falência da instituição.
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, tranquilizou os norte-americanos e reforçou que o sistema financeiro do país “é seguro”.
Além disso, fintechs como Nubank (NUBR33), Inter (INBR32), C6 e PagSeguro (PAGS34) avisaram aos seus clientes que não possuem relação com o Silicon Valley Bank após rumores circularem nas redes sociais.