Carlos Alberto Sicupira, um dos acionistas de referência da Americanas (AMER3), passa por um 2023 tenebroso na sua vida corporativa. Após o escândalo contábil na varejista em que é sócio junto com Jorge Paulo Lemann, o empresário também sofre com os problemas na Light (LIGT3). Ele já perdeu 86% do seu investimento na empresa do setor elétrico.
Segundo um levantamento feito pela Bloomberg Línea, esse prejuízo de quase 90% tem como base o movimento das ações da empresa desde 2020, quando Carlos Alberto Sicupira adquiriu uma participação de 10% na empresa.
Fontes da reportagem afirmam que a entrada de Sicupira na Light ocorreu após uma persuasão do amigo e investidor Ronaldo Cezar Coelho. Esse negócio foi proposto ao bilionário como uma oportunidade de lucrar com a volta por cima da empresa. Porém, em vez do lucro, o investidor amarga uma perda avaliada em R$ 480 milhões.
Além do dinheiro, esse novo rombo financeiro afeta a imagem do investidor. Na crise da Americanas, ele tem sido um dos investidores mais atuantes nas negociações com os credores — a varejista está em recuperação judicial com dívidas que ultrapassam os R$ 40 bilhões.
Crise na Light
De acordo com o mapeamento do Status Invest, nos últimos doze meses, as ações da Light amargam uma derrocada de 75,35%.
Cotação LIGT3
A distribuidora de energia do Rio de Janeiro fechou 2022 com um prejuízo líquido de R$ 5,6 bilhões, afetada por efeitos não recorrentes contabilizados no quarto trimestre. Em 2021, a Light havia registrado lucro de R$ 398 milhões.
Na semana passada, a empresa conseguiu uma vitória judicial: a 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro autorizou a suspensão temporária do vencimento das dívidas da empresa, que somam cerca de R$ 11 bilhões.
Em comunicado publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os gestores da Light informaram que a medida cautelar pode ser prorrogável por mais 30 dias, mantendo os “efeitos de eventuais decretações de vencimento antecipado e/ou amortização acelerada já ocorridas, […] impedindo-se novas decretações nesse sentido”.
“A Medida Cautelar tramita em segredo de Justiça”, complementou a empresa investida por Sicupira no informe ao mercado.
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