Além da Shein, os consumidores também estão preocupados de que o reforço na fiscalização tributária de compras internacionais defendido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afete a Shopee. Contudo, ao Suno Notícias, a empresa de comércio eletrônico ressaltou que não será afetada pela mudança à vista.
“As possíveis mudanças tributárias em compras internacionais não afetarão os consumidores Shopee que compram dos nossos mais de três milhões de vendedores brasileiros registrados em nosso marketplace. Mais de 85% das vendas da Shopee são de vendedores brasileiros e não de fora do país”, reforçou a empresa no comunicado.
Para a reportagem, a empresa de comércio eletrônico ressaltou que atua no Brasil desde 2019, que tem dois escritórios em São Paulo e empresa mais de três mil colaboradores diretos.
“Além disso, a taxação que está sendo discutida vale para compras internacionais de forma geral e não apenas para plataformas asiáticas. Temos origem em Singapura, mas nosso foco é local”, prosseguiu.
Inclusive, apoiamos o governo em qualquer mudança tributária que apoia o empreendedorismo brasileiro, pois também compartilhamos do mesmo propósito e queremos contribuir com o desenvolvimento do ecossistema local.
Haddad vai tributar varejistas internacionais?
O cerco contra as importações entrou nos holofotes nos últimos dias, após as notícias de que o Governo pretende acabar com a isenção tributária de US$ 50 em produtos internacionais. Essa ausência de tributação vale apenas para encomendas entre pessoas físicas.
Contudo, a suspeita do Governo é de que varejistas internacionais (em especial, as asiáticas) utilizem esse brecha para enviar seus produtos ao Brasil sem pagar impostos. Pelas contas da Fazenda, é possível arrecadar cerca de R$ 8 bilhões.
Uma das principais empresas que pode ser afetada pelas mudanças é a Shein. Em nota enviada ao Suno Notícias, a empresa disse que está comprometida em “gerar valor para a indústria, consumidores e economia do Brasil”. Veja o posicionamento na íntegra:
A Shein está comprometida em gerar valor para a indústria, consumidores e economia do Brasil. As regras do “de minimis” são adotadas por muitos países com o objetivo de facilitar o comércio internacional e propulsionar o crescimento local. Reconhecemos a importância em propor melhorias para as regras no Brasil de modo a fornecer segurança jurídica para os operadores e garantir que milhões de brasileiros possam continuar a ter acesso ao mercado mundial, bem como a artigos produzidos localmente.
De acordo com os especialistas ouvidos pelo Suno Notícias, os produtos importados podem até dobrar de preço devido ao reforço na tributação. No caso da Shopee, apenas os produtos vendidos por comerciantes internacionais que seriam diretamente impactados pela medida.