Em relatório sobre varejo, o BTG Pactual (BPAC11) enxerga que o Brasil é um lugar difícil para players estrangeiros, mas Shein e Shopee adotaram mais experiências locais, testando lojas pop-up, estratégias de marketing e atraindo vendedores locais; Por isso, as duas empresas devem impulsionar seus negócios. O banco também espera que a chinesa Temu também expanda sua operação no Brasil.
“Cobrimos extensivamente Shein (estimamos que atingiu R$ 7 bilhões em GMV, volume bruto de mercadorias. no Brasil em 2022 e +R$ 15 bilhões em 2023) e Shopee nos últimos anos (estimamos ~R$ 20 bilhões em GMV em 2023 no Brasil)”, escrevem os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disseli, Pedro Lima e Luis Mollo.
Para a casa, o investimento nos níveis de serviço nos últimos anos (com estrutura logística superior e desenvolvimento de plataformas de pagamento, reforçadas durante a pandemia de Covid), aliado ao maior tráfego e sortimento dos principais players, deve seguir como vantagem competitiva chave e impulsionadora do desempenho superior do GMV.
“Mas depois de uma abordagem mais agressiva durante a pandemia, os players no e-commerce adotaram estratégias mais racionais, com o objetivo de preservar a margem e aumentar os níveis de take rates, afastando-se de uma mentalidade de ‘crescimento acima de tudo'”, acrescentam.
No mesmo relatório, o BTG Pactual atualizou as estimativas para os três players de e-commerce (plataformas horizontais) cobertos pelo banco – Casas Bahia (BHIA3), Mercado Livre (MELI34) e Magazine Luiza (MGLU3) – e os seus preços-alvos para refletir as tendências para os próximos anos.
O BTG enxerga que no Brasil, apesar dos melhores esforços dos players, e embora alguns possam apresentar um crescimento decente, a maioria enfrentará uma escolha entre crescimento e rentabilidade.
“O e-commerce continua sendo uma tese estrutural para nós, e preferimos a exposição ao setor no longo prazo através de players horizontais com muito mais liquidez, sendo o Mercado Livre (MELI34) a nossa top pick, enquanto o Magalu (MGLU3) deverá ser um dos principais beneficiários da queda das taxas de juro locais nos próximos trimestres (bem como um foco crescente na lucratividade)”, diz o banco.
No geral, de acordo com projeções do BTG, depois de crescer 29% em 2021, o e-commerce brasileiro subiu 3% em 2022 e 2% em 2023, devendo avançar em média 16% ao ano até 2027 (versus 20% em 2015-19), para R$ 465 bilhões – sem incluir plataformas internacionais, como Shein e Shopee. O número também é 9% acima das projeções pré-pandemia e representa 14,5% das vendas no varejo – também semelhante às estimativas pré-pandemia.