As repercussões em torno da taxação de compras no exterior, que envolve empresas como Shein, Shoppe e AliExpress, já está impactando as vendas do setor, conforme apontam dados anunciados pela fintech voltada ao comércio exterior, Vixtra.
Segundo a fintech, que usou como base os dados do Banco Central do Brasil, o consumo em plataformas do setor, como da Shein, Shoppe e AliExpress, teve uma queda de 25% em abril entre os brasileiros, quando se compara com os números registrados em março.
O volume financeiro transacionado em março era de US$ 938 milhões, enquanto os dados atualizados em abril apontam um montante de US$ 701 milhões, com uma redução de US$ 237 milhões.
Mas essa baixa no consumo não foi observada apenas na comparação mensal. Em relação a abril de 2022, ou seja, ao mesmo período do ano passado, o volume de compras nessas plataformas caiu US$ 177 milhões, o que representa uma variação de -20% de um ano para o outro.
Essa queda teria sido motivada principalmente pelo receio dos consumidores em ter uma cobrança “extra” após a compra dos produtos. Assim, a taxação teria afetado a atratividade no preço dos produtos importados.
A elevação de impostos no comércio exterior, em que se incluem as plataformas Shein, Shoppe e Aliexpress, afeta de forma direta o preço dos itens adquiridos.
Segundo o co-CEO da Vixtra, Leonardo Baltieri, essa queda no volume financeiro das vendas é prejudicial tanto às empresas brasileiras quanto ao consumidor desse tipo de produto.
“Embora um dos maiores prejudicados seja o público e as plataformas, há outros agentes que também podem ser impactados, ainda que em menor proporção. É o caso do setor de logística e transportes, uma vez que a demanda por entregas desses produtos diminui”, explica.
Shein, Shopee e AliExpress: governo pode rever alíquota do imposto de importação?
Durante entrevista à GloboNews no final de maio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apontou que as repercussões em torno da taxação das compras internacionais fizeram com que as empresas do exterior aderissem ao plano de conformidade da Receita Federal, seguindo conforme as leis vigentes do Brasil.
Por outro lado, o ministro do governo Lula também ponderou que pode ser possível uma reavaliação da alíquota do imposto de importação, que atualmente está em 60% sobre o valor aduaneiro, ou seja, o montante que considera preço do produto, frete e seguro.
“Não dá mais para cobrar uma alíquota de 60% (de imposto de importação)? Talvez não dê mais, tem de repactuar”, afirmou Haddad.
“Não podemos colocar o varejo brasileiro em risco por práticas desleais das empresas estrangeiras”, ponderou o ministro após as repercussões sobre a taxação de impostos de importação, que envolvem empresas como Shein, Shoppe e Aliexpress.