O setor de varejo dos Estados Unidos da América (EUA) registrou significativo recuo mensal de 1,2% em dezembro. Esta é a maior baixa desde setembro de 2009. A informação é do relatório divulgado pelo Departamento de Censo norte-americano.
Em dezembro do ano passado, as vendas do varejo dos EUA foram de US$ 505,8 bilhões. Apesar da queda mensal, na comparação com dezembro de 2017, houve alta de 2,3%.
De acordo com especialistas à agência “AFP”, as expectativas eram de aumento mensal de 0,2%. O recuo desanimou o mercado, e as bolsas asiáticas fecharam em queda, com temor de desaceleração econômica global.
Dentre os principais índices acionários orientais, a retração superou 1%:
- Hong Kong: índice Hang Seng obteve alta de 1,16%;
- Japão: índice Nikkei obteve baixa de 1,34%;
- China: índice Xangai obteve alta de 1,84%.
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Motivos da retração
A explicação para a contração é o impacto da paralisação parcial do governo federal, o “shutdown”.
O shutdown teve início em 22 de dezembro e prolongou-se por mais de um mês. Por volta de 800 mil funcionários públicos ficaram sem o salário.
A diminuição nos preços da gasolina também influenciou o resultado de dezembro. Houve redução de 5,1% nas vendas de postos.
Sem contabilizar as vendas de gasolina, o índice do setor de varejo reduz a queda para 0,9%.
Confira abaixo o desempenho dos demais setores:
- vendas de itens de lazer: -4,9%
- vendas de distribuidores on-line: -3,9%
- vendas em saúde: -2%
- móveis: -1,3%
- vestuário: -0,7%
- alimentos: -0,2%
O único destaque positivo foi a venda de automóveis, cujo crescimento foi de 1%.
Por sua vez, a venda de distribuidores on-line sofreu a maior retração em 11 anos.
O resultado do consumo dos EUA em dezembro poderá influenciar o Produto Interno Bruto (PIB) para o quarto trimestre de 2018, que deve ser publicado em 28 de fevereiro.
“O declínio nas vendas no varejo significa que o crescimento no quarto trimestre foi provavelmente mais próximo de 2,5% do que os 3,1% previstos”, disse Michael Pearce, economista da Capital Economics à agência “AFP”.
“Isso sugere que a economia dos EUA começou 2019 com menos ímpeto do que pensávamos, mas não quer dizer que a economia esteja entrando em recessão”, acrescentou.
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