Setor financeiro tem cenário positivo frente a revolução tecnológica, diz BC
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou, em evento do setor de cartões, que a velocidade exponencial da mudanças tecnológicas impacta o setor financeiro. Essa revolução, conforme ele, é perceptível, principalmente, no setor de meios de pagamentos.
“Ficou mais barato produzir dados primeiramente, depois guardar e, por último, analisar dados”, disse Campos Neto, durante a 14ª edição do Congresso de Meios Eletrônicos de Pagamento (CMEP).
Durante uma retrospectiva sobre o mercado de pagamentos, Campos Neto enfatizou o desempenho deste segmento no Brasil. “O mercado de meios de pagamentos tem apresentado um impressionante crescimento de dois dígitos”, afirmou, acrescentando que a queda, vista no início na pandemia, foi natural e seguida de um maior uso dos cartões, principal meio de pagamento no País.
O economista lembrou ainda que o Banco Central fez um esforço para avançar com modalidades de crédito que contribuem para gerar inclusão financeira no Brasil. Um dos exemplos citados por Campos Neto foi o Pix, ferramenta de pagamento instantâneo lançada em novembro do ano passado.
O CMEP, promovido pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), começou nesta terça-feira e vai até o dia 25 de março. Desta vez, ocorre no formato 100% virtual por conta da pandemia.
Crescimento do Pix e moeda digital
Segundo o presidente do Banco Central, a adesão surpreendeu a autoridade monetária: a expectativa era cadastrar 20 milhões de chaves em seis meses, mas a meta foi atingida em apenas uma semana.
O tíquete médio das transações também tem se elevado, mostrando que até mesmo maiores transações têm sido feitas pelo Pix.
Na apresentação do presidente do BC ainda destacou que a instituição na iniciativa de uma moeda digital.
“Estamos debatendo se deve haver um limite para transações com moedas digitais, como maximizá-la no mercado internacional, se o BC deve ser o único custodiante e como vai enxergar essa custódia”, detalhou Campos Neto.
O Banco Central criou em agosto de 2020 um grupo de trabalho para tratar da moeda digital. “Não posso falar muito mais em relação ao que vem por aí como moeda digital, que vai criar inovação ao sistema”, concluiu Campos Neto.
(Com informações do Estadão Conteúdo)