O ex-juiz Sergio Moro (Podemos-PR) e potencial candidato à presidência em 2022 afirmou em entrevista ao “Conversa com Bial” na madrugada desta quarta-feira (17) que o ex-presidente do Banco Central (BC), Affonso Celso Pastore, é conselheiro e poderia integrar sua equipe econômica. Na ocasião, Moro confirmou sua candidatura para 2022.
“O problema é que esse projeto ainda está sendo construído e, a partir do momento em que se revelam nomes, as pessoas ficam sob uma pressão terrível. Eu vou revelar um, e vou pedir escusas para não revelar outros: no nível macroeconômico quem tem me ajudado é um economista de renome, um dos melhores nomes do país, alguém que eu conheço há muito tempo, o Affonso Celso Pastore”, disse Moro.
Nas propagandas do programa, a Rede Globo usou o termo “guru” para citar Pastore como membro da equipe de Moro, em analogia à relação de Guedes com Bolsonaro.
Um teaser de Moro no site do programa de Pedro Bial dizia: “A Bial, Moro diz que está preparado para ser presidente e revela guru na economia.”
Pastore formou-se em 1961, em economia, na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de São Paulo (FEA-USP), e foi presidente do BC quando o presidente era João Figueiredo, o último do período da ditadura militar.
Em 1969, quando integrava a delegação do governo brasileiro na reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), realizada em Washington, os militares alinharam a política econômica brasileira aos preceitos liberais pregados pelos EUA.
Em 1979 assumiu a presidência do Banco Central e ficou no cargo até o final do governo Figueiredo, em meados de 1985.
Algumas horas depois do programa, o ex-juiz postou uma foto da capa do livro do economista em suas redes sociais.
Moro critica o STF e gestão de Guedes
Na entrevista na Globo, Moro citou que a as decisões mais recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) têm sido ruins ao combate à corrupção, a sua principal bandeira eleitoral.
“Nos últimos anos o STF proferiu algumas decisões que infelizmente – e isso não autoriza qualquer ataque pessoal a ministros ou à instituição – enfraqueceram o combate à corrupção, como o fim da prisão após a condenação em segunda instância, a transferência de casos de corrupção da Justiça Federal para a Justiça Eleitoral”, disse.
Ainda em setembro, o ex-juiz também criticou Guedes em entrevista ao UOL Moro afirmou que o economista opera como “cheerleader” de Bolsonaro e deu “nota zero” à sua condução da economia do país.