Ser Educacional (SEER3) faz recompra de ações e mira M&As em 2021
O final de 2020 foi agitado para a Ser Educacional (SEER3). Após ficar sem a operação da Laureate no Brasil, a companhia acelerou o ritmo de expansão e adquiriu outros centros menores, como Unifasb, Beduka e Unesc. Agora, após anunciar uma recompra de ações, a Ser espera sinalizar ao investidor que está confiante na expansão para 2021.
“Acho que é [a recompra] uma sinalização que entendemos que a Ser é um bom investimento. Sendo bem sincero, o investidor normalmente gosta de distribuição de dividendo e de recompra de ações, então estamos fazendo coisas importantes para os acionistas”, disse Rodrigo de Macedo Alves, Diretor de Relações com Investidores da Ser.
“Ano passado nosso dividend yield superou os 200% do CDI e, com o plano de recompra, no mínimo, sinalizamos que a gestão quer continuar om seu ciclo de investimento”, completou.
Em entrevista ao SUNO Notícias, o executivo da Ser Educacional ainda afirmou que apesar de o programa ser agressivo, com a recompra de cerca de 10% das ações disponíveis no mercado, o montante não irá pesar no caixa da companhia, que ainda possui cerca de R$ 700 milhões em reservas.
“O nosso conselho decidiu a recompra em cerca de R$ 75 milhões e uma janela de um ano de execução”, afirmou.
“A ação caiu mais de 40% desde março, não teve uma recuperação, e quando você tem um momento desses no mercado, é de bom tom anunciar um programa de recompra”, disse o executivo.
Segundo fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliário (CVM), a Ser Educacional poderá adquirir até 4,939840 milhões ações ordinárias, correspondentes a até 3,8376% do total de ações de emissão da companhia e até 9,09% dos papéis em circulação.
Os ativos serão comprados a preço de mercado, “cabendo à administração da companhia decidir o momento e a quantidade ações a serem adquiridas”. Atualmente, a empresa possui 54,338307 milhões de ações em circulação e não detém ações mantidas em tesouraria.
Ser Educacional deve partir para mais aquisições
Mesmo com as recentes aquisições de players menores, a Ser Educacional não deve parar por aí. De acordo com Rodrigo de Macedo Alves, a companhia deverá continuar a expansão no mercado.
“Seguiremos com o programa de M&A. Temos R$ 500 milhões de aquisições feitas no ano passado, com três faculdades de medicina, outra na área de tech, e uma pequena que é a UniJuazeiro. Além disso, temos os ativos da Ânima (ANIME3) e teria um pipeline de outras faculdades que já temos olhado bem forte”, disse.
Segundo o executivo, o ano de 2021 promete ser ativo para o setor, com novas fusões e aquisições no radar dentro de um processo de consolidação do setor entre as empresas que já possuem boa fatia do mercado.
“O processo de consolidação do setor está bem claro, nesse ano não tende a ser diferente, estamos ativos, com caixa, mas ao mesmo tempo, podendo fazer esses trabalhos relevantes com investimentos na própria empresa, com recompra de ações, etc”, afirmou.
Para o executivo, do ponto de vista estratégico, a Ser Educacional deverá deixar de ser uma companhia presencial no Nordeste para se transformar em uma plataforma de ensino superior completo, com um mix de presencial, Ead, e novas plataformas de ensino.