Parcela fica mais cara ao consumidor sem repasse integral da queda da Selic
Conforme pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), as prestações tem ficado mais caras para os consumidores. A pesquisa afirma que o consumidor que financia suas compras tem pago uma conta do não repasse integral da taxa básica de juros, Selic, para a taxa do consumidor.
Desde outubro de 2016 o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) tem cortado a Selic. Dessa forma, a CNC aponta que as prestações tem ficado mais caras, em um dos cálculos foi demonstrado alta de 15% em algumas parcelas.
Juros básicos e spread
“Para o consumidor, o não repasse integral da queda dos juros básicos às taxas finais representou um maior peso na parcela mensal dos financiamentos, especialmente diante da relativa estabilidade da massa de rendimento”, disse o economista-chefe da CNC, Fábio Bentes.
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Além disso, o economista afirma que a despesa maior com juros é visível nos itens de maior valor. Em uma das contas, a CNC demonstrou que um veículo de R$ 30 mil financiado em 42,3 meses, o comprador paga uma prestação, considerando os juros médio do BC, de 21,12%. Caso o corte da Selic tivesse sido repassada integralmente ao consumidor, a taxa seria de apenas 11,74% ao ano.
Ademais, Bentes aponta que não somente a taxa básica não foi repassada ao consumidor como também a diferença entre a remuneração que o banco paga ao aplicador para captar o recurso e quanto esse banco cobra para emprestar, conhecido como spread. “O spread caiu menos que do que a Selic no período e a gordura dos bancos aumentou”, disse o economista.
Compom mantém taxa Selic a 6,5%
Pela décima decisão consecutiva o Copom deixou inalterada a taxa Selic a 6,5%. O mercado financeiro dividiu-se nas expectativas de manutenção da taxa Selic. Tal divisão foi bastante influenciada por relatório divulgado pelo Itaú Unibanco no qual foi um fechamento a 5,75% em 2019 dos juros básicos brasileiros.