Em relatório após a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), especialistas do BTG Pactual reiteraram que o ‘plano de voo’ do Comitê de Política Monetária (Copom) deve seguir o mesmo. A tese é de que os novos dados sobre inflação não deve alterar o ritmo de cortes da Selic.
“Como é habitual, não houve alterações nos cenários condicionais do RTI, uma vez que o as principais informações já foram divulgadas (IPCA de 3,5% para 2024 e 3,2% para 2025). A estimativa do IPCA para 2026 também foi mantida (em 3,2%). Assim, em seu cenário de referência o BC ainda não vê a inflação convergindo para a meta baseada no cenário de Selic da pesquisa Focus (9% em 2024)”, observa o BTG.
Os analistas chamam atenção para o fato de que, depois de alguns trimestres na direção oposta, a inflação IPCA superou a projeção do Banco Central, já que o período encerrado em fevereiro apresentou uma surpresa ascendente de 53bps.
“De acordo com o RTI, esta surpresa ascendente foi atribuída principalmente aos preços monitorados e à alimentação no domicílio. O QIR afirmou que a inflação no segmento de serviços ficou próxima dos níveis projetados, mas com grandes diferenças na sua composição”, observam os especialistas da casa.
“Segundo o Relatório, houve uma surpresa ascendente na componente subjacente de serviços, apenas parcialmente explicada pela inflação mais forte do que o previsto no subgrupo de serviços”, completam.
Mercado projeta Selic de 8,5% no fim de 2025
Conforme detalhado na edição mais recente do Boletim Focus, o consenso do mercado financeiro projeta uma Selic de 9% em 2024. Já para 2025, as expectativas são de uma taxa básica de juros de 8,5%.