Selic permanece inalterada em 2% ao ano, decide Copom

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter inalterada a taxa básica de juros (Selic) em 2% ao ano. Com isso, a taxa permaneceu em 2% ao ano, que já é a mínima histórica.

O Copom se reuniu nesta quarta-feira (28). As previsões do Boletim Focus da última segunda-feira (26) indicam que a Selic deve encerrar 2020 na casa dos 2%. Para 2021, todavia, a taxa básica de juros passou de 2,50% para 2,75% ao ano, ante 2,50% de quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção seguiu em 4,50% ao ano, igual a um mês antes.

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“O Copom entende que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”, salientou o Banco Central no comunicado em que indica a manutenção da Selic.

Segundo o Comitê, “as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, encontram-se significativamente abaixo da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária; o regime fiscal não foi alterado; e as expectativas de inflação de longo prazo permanecem ancoradas”.

O Copom ressaltou também que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia.

Copom manteve Selic em 2% em sua última reunião

Em sua última reunião, ocorrida no dia 16 de setembro, o Copom também tinha mantido a Selic em 2% ao ano.

Todavia, em seu comunicado, a instituição monetária central tinha salientado que “a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado“, mas “devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”.

Por isso, segundo o BC, “eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva”.

Risco de inflação não justifica alta dos juros

A recente alta dos preços, principalmente em bens de consumo, gerou a dúvida em muitos observadores que o Copom pudesse elevar a Selic.

Segundo o comunicado do Copom, “as últimas leituras de inflação foram acima do esperado, e o Comitê elevou sua projeção para os meses restantes de 2020. Contribuem para essa revisão a continuidade da alta nos preços dos alimentos e de bens industriais, consequência da depreciação persistente do Real, da elevação de preço das commodities e dos programas de transferência de renda. Apesar da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, o Comitê mantém o diagnóstico de que esse choque é temporário, mas monitora sua evolução com atenção”.

Entretanto, a opinião mais comum entre as principais instituições do mercado financeiro é que o risco de inflação no longo prazo não seja suficiente para justificar uma alta na taxa de juros.

O próprio Copom salientou que “As diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se em níveis compatíveis com o cumprimento da meta para a inflação no horizonte relevante para a política monetária”.

A meta para a inflação para 2020 é de 4%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, podendo variar entre 2,5% e 5,5%.

O que mais chama atenção dos bancos neste momento são os temores em relação à deterioração fiscal do País, o que deve levar o Copom a aumentar seu alerta sobre riscos, podendo impactar a Selic mais adiante.

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Carlo Cauti

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