A elevação da Selic não foi surpresa para o mercado, mas apesar da alta da taxa básica de juros, algumas ações da bolsa ainda mantêm um fluxo de dividendos alto e com uma remuneração polpuda aos acionistas. Confira uma lista de 5 ações que pagam dividendos com dividend yield acima da Selic.
A polêmica do Nubank (NUBR33) sobre o pagamento alto dos diretores do banco recebeu uma resposta: o banco respondeu que os valores são compatíveis a uma meta mais agressiva da empresa.
Agora, a temporada de balanços do primeiro trimestre de 2022 está a todo vapor. Mas o que esperar do setor de seguradoras, como BB Seguridade (BBSE3) e IRB (IRBR3)? Analistas respondem.
Outro assunto que interessa: a Petrobras (PETR4) divulgou na última quinta-feira (5) que vai pagar dividendos bilionários aos seus acionistas, equivalente a R$ 3,71 por ação.
Por fim, ficou marcado no radar dos investidores da semana a reunião do Copom, que subiu a taxa básica de juros, a Selic, para 12,75%.
Veja abaixo o resumo das principais notícias da semana. Acesse os links para ler o texto completo. Bom final de semana!
Veja 5 ações que pagam dividendos acima da Selic
Nesta quarta-feira (4) o Banco Central (BC) reajustou a Selic para 12,75%, conforme esperado pelo consenso de mercado. Ainda que a taxa básica de juros esteja em um patamar elevado, alguns ativos da bolsa ainda mantêm um fluxo de dividendos alto e com uma remuneração polpuda aos acionistas.
Levantamos cinco pagadoras de dividendos da bolsa que possuem um dividend yield acima dos 12,75% da Selic, considerando os proventos distribuídos pelas companhias nos últimos meses. Os dados são da plataforma do Status Invest.
O yield, vale lembrar, é o indicador que mostra quanto um ativo pagou em proventos nos últimos 12 meses em relação às suas cotações atuais. Ou seja, a proporção da remuneração por ação ante o preço que é pago por ela.
Além disso, especialistas reforçam que pagadoras de dividendos e companhias mais sólidas tendem a ser mais ‘recomendáveis’ em contexto de alta da Selic, considerando que companhias que tomam dinheiro emprestado para crescer são mais penalizadas.
“Esses setores [varejo, techs e afins] não têm como andar ainda, não é hora de comprar. Os bancos estão muito baratos e as estatais têm menor risco de intervenção. Petrobras (PETR4) por exemplo está 2,5x lucro, a Eletrobras (ELET3) ainda pode ser leiloada. O Brasil está 0,7x o book. Commodities, apesar da queda, também ‘voltam’ antes de a Selic cair”, afirma Igor Barenboim, economista e sócio da Reach Capital.
Nubank (NUBR33) justifica remuneração de R$ 804 milhões com ‘metas agressivas’
Após a cifra quase bilionária de remuneração dos diretores Nubank (NUBR33) ter vindo à tona, a fintech justifica a média de quase R$ 100 milhões para cada diretor por conta de ‘metas agressivas’ e frisa que o dinheiro deve vir por meio de emissão de ações. Se for concretizada, a remuneração será a maior do Brasil, ultrapassando a JBS (JBSS3), que distribuiu o maior pagamento aos seus diretores, de R$ 24 milhões para cada um dos cinco executivos.
O mercado havia tomado conhecimento após o Nubank arquivar um formulário de referência à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com uma da remuneração total prevista de R$ 804,423 milhões.
Agora, o Nubank vem a público, por meio de comunicado, “corrigir e esclarecer informações incorretas e descontextualizadas”. A fintech ressalta que a cifra não será distribuída de forma igualitária – ou seja, não serão cerca de R$ 100 milhões por diretor – mas não nega o volume destinado á remuneração dos diretores mesmo em meio a uma baixa de 57% nos BDRs do banco.
Segundo o banco digital, o Formulário de Referência 2022 da Companhia é uma previsão de remuneração para os diretores do Nubank, com R$ 804,4 milhões sendo pagos em 2022, sendo R$ 678,9 milhões (84%) do Contingent Share Award (CSA”) e outros R$ 125,5 milhões (16%) do restante da remuneração da Diretoria Estatutária.
BB Seguridade (BBSE3) e IRB (IRBR3): prêmios vão crescer, mas seguradoras têm um desafio no 1T22
Os balanços das seguradoras vêm aí, com resultados do 1T22 de BB Seguridade (BBSE3) e IRB Brasil (IRBR3). Segundo os analistas, os prêmios devem continuar em ritmo de forte crescimento, mas a sinistralidade poderá ser um problema e compensar parte dos ganhos das empresas.
Para a Genial Investimentos, a melhora do resultado financeiro das controladas de seguros deve favorecer o crescimento do lucro em mais de dois dígitos na comparação ano a ano. Já a sinistralidade, apesar de ainda pressionada pelo seguro rural, deve melhorar gradativamente ao longo dos próximos trimestres.
Os analistas Eduardo Nishio e Bruno Bandiera apostam no BB Seguridade como o destaque do setor de seguros, com ganhos impulsionados pelo avanço da taxa Selic.
Matheus Amaral, analista da Inter Research, também ressalta a empresa e indica que o BB Seguridade deve colher frutos de um bom momento comercial do setor, mas com alguma pressão na sinistralidade vindo do rural.
Petrobras (PETR4) vai pagar R$ 3,71 por ação em dividendos; veja data de pagamento
A Petrobras (PETR4) anunciou nesta quinta-feira (5) que o Conselho de Administração aprovou o pagamento de dividendos no valor de R$ 3,715490 por ação preferencial e ordinária em circulação.
De acordo com o fato relevante da empresa, o pagamento será dividido em duas parcelas, da seguinte forma:
- A primeira parcela, de R$ 1,857745 por ação preferencial e ordinária, será paga em 20 de junho de 2022;
- A segunda parcela, também no valor de R$ 1,857745 por ação preferencial e ordinária, será paga em 20 de julho de 2022.
Apenas os investidores com ações da Petrobras no dia 23 de maio terão direito de receber os rendimentos. A partir do dia 24 de maio as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
Para as ADRs da Petrobras, negociadas na Bolsa de Nova York, a data de corte será 24 de maio de 2022 e serão pagas nos dias 27 de junho e 27 de julho de 2022.
Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do montante aprovado, R$ 3,138754 por ação se refere a antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2022 e será declarado com base no balanço de 31 de março de 2022 (dividendos intercalares).
Copom eleva Selic e indica novo aumento na próxima reunião; entenda por quê
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu nesta quarta (4) elevar a taxa Selic de 11,75% para 12.75%. O aumento de 1 ponto percentual, no terceiro encontro do comitê do BC em 2022, era aguardado pelo mercado. A decisão do comitê foi unânime.
O Copom disse em comunicado que “irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas de suas metas.” O mercado esperava pelo tom do comunicado e parte dos analistas estimavam que o documento indicaria um aumento de 1 p.p também na próxima reunião. O Copom diz que antevê como provável uma extensão do ciclo de altas, mas com um ajuste de menor magnitude na próxima reunião, em junho– ou seja, inferior a 1%.
Após de ter cumprido a promessa de elevar a Selic em 1 ponto porcentual em maio, o Banco Central teve de abrir mão de terminar o aperto monetário nesta reunião, confirmando as expectativas do mercado por uma sinalização nesse sentido.
“O Comitê nota que a elevada incerteza da atual conjuntura, além do estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos ainda por serem observados, demandam cautela adicional em sua atuação”, afirmou o colegiado, em comunicado nesta quarta-feira, 4.”O comitê julga que a incerteza em torno das suas premissas e projeções atualmente é maior do que o usual”, explica o comunicado do BC.