‘Não acho necessário nem correto subir mais a Selic’, diz gestor da Forpus

Com uma taxa Selic atual de 13,75% ao ano e mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) antes das eleições, o gestor Luiz Nunes, da Forpus Capital, classifica como ‘desnecessária’ uma nova alta nos juros.

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“Hoje em dia eu olharia mais para os componentes da inflação do que para o número em si; o número é sempre atrasado. Eu acho que não seria necessário nem correto fazer mais uma alta de juros. E, também, se for feita, de 0,25 p.p., não acho que faz tanta diferença, na minha visão”, disse

A declaração foi dada em entrevista ao vivo para o Suno Notícias, no novo quadro do canal do YouTube, chamado Almoço Com Gestor, que irá ao ar todas as terças às 12h com um gestor.

Para Nunes, da Forpus, que foi o primeiro entrevistado, um declínio na curva de juros longos provocaria um maior impacto na bolsa de valores.

“Isso não muda o equity. O que muda é uma leitura de inflação melhor e os juros longos, de 13% a 15%, começassem a baixa. A Selic faria pouca diferença”.

Eleições são importantes, mas nenhum candidato ‘destruirá’ a economia no curto prazo

O especialista também acrescentou que, no momento atual, tem maior otimismo com companhias estatais em um cenário de reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Apesar disso, destaca que há falhas em comunicar a administração econômica.

A tese é de que, com os avanços recentes na economia, nenhum dos dois prováveis candidatos ao segundo turno conseguiria causar sérios danos no curto e médio prazo.

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“Uma eventual deterioração em qualquer um dos governos seria igual, uma vez que o que move o motor brasileiro é o agro, e sendo ele muito importante você não consegue destruir isso em um ou dois anos. Vai ter ruído e volatilidade, mas depois, pelos próximos 18 meses, vai ser muito parecido”, afirma.

“A gente acha que é bom levar em consideração o que vai acontecer, e somos muito mais positivos com a manutenção do governo atual – petrolão e mensalão seriam a parte negativa do outro governo – mas a parte mais ligada a consumo seria mais beneficiada em um primeiro momento seria mais ligado ao assistencialismo, com pacotes para fortalecer o consumo das classes mais baixas. Você não deveria ignorar a eleição”, acrescenta.

Focus vê Selic de 13,75%

Segundo o último Boletim Focus, as expectativas do mercado financeiro para a taxa básica da economia continuam apontando uma Selic de 13,75% no final de 2022 e de 11,00% até o final de 2023.

Além da SelicBoletim Focus do Banco Central (BC) indicou que a inflação prevista pelo mercado para 2022 deverá ser de 7,02%.  Para 2023, a estimativa é de 5,38%.

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Eduardo Vargas

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